Após as frequentes quedas de árvores durante os temporais que atingiram Campinas, a Prefeitura anunciou um plano para aumentar o número de servidores encarregados do manejo de árvores na cidade.
O edital de contratação está em fase de preparação, com uma estimativa de gastos de R$ 33 milhões ao longo de 12 meses de serviço. Este valor corresponderá ao orçamento de 2023, uma vez que há previsão de uma redução de 10,3% nos recursos destinados a essa área no próximo ano (entenda mais abaixo).
A intenção principal é recrutar mão de obra para poda e corte de árvores. Também está prevista a contratação adicional de funcionários dedicados a diagnósticos de conjuntos arbóreos. A meta é contratar aproximadamente 90 novos servidores, incluindo especialistas em manejo. Atualmente, o número de especialistas na pasta é considerado insuficiente, de acordo com a Administração.
Quantas árvores caíram?
A Prefeitura informou que 750 árvores caíram devido às chuvas deste ano. Só neste mês de outubro, segundo levantamento da Defesa Civil, foram 293 quedas nos últimos temporais.Em outubro de 2022 ocorreram 16 quedas de árvores.
Atualmente, o Departamento de Parques e Jardins (DPJ) da secretaria de Serviços Públicos conta com sete equipes encarregadas da manutenção de árvores, compreendendo um efetivo de 70 profissionais. No entanto, o novo edital prevê a contratação de mais 80 funcionários, que serão distribuídos em oito equipes com dez membros cada.
Esses funcionários fazem a poda e o corte das árvores, além de manejarem equipamentos para exames como tomógrafo (que basicamente detecta se a árvore está saudável) e resistógrafo (se ela está oca, ou, ao contrário, se consegue resistir à penetração de uma haste).
Além disso, serão contratadas mais duas equipes especializadas, que totalizarão 15 pessoas. Uma dessas equipes terá nove funcionários, incluindo engenheiros agrônomos e florestais, que serão responsáveis por fazer uma espécie de censo arbóreo em ruas e praças públicas.
Já a segunda equipe, e de menor efetivo, com seis pessoas, será responsável pelo reflorestamento dos itens que tombaram.
LOA 2024
O orçamento de Campinas para o ano que vem (LOA 2024) prevê R$ 9,3 bilhões para os cofres públicos (um crescimento de 0,3%). E, de todas as áreas, o terceiro maior valor foi destinado à secretaria de Serviços Públicos com R$ 614,3 milhões (6,58% do orçamento). Mesmo assim, houve uma queda de 10,3% no dinheiro sugerido à pasta.
Assim sendo, o dinheiro destinado a ela só fica atrás da área da Educação, com R$ 2,1 bilhões, ou seja, 22,76% do total, e da Saúde, com R$ 2 bilhões, 22,38%.
Esse orçamento foi feito pela Prefeitura, protocolado na Câmara Municipal em 29 de setembro e precisará ser aprovado pelos vereadores para poder ser colocado em prática pelo Poder Executivo. A estimativa é de que seja votado até novembro.
O documento completo está disponível para análise por toda a população clicando aqui.
Como é feita a avaliação das árvores?
Ela é realizada em três etapas:
Primeira: in loco
- Avaliação visual feita pelo técnico
- Constata se a árvore está viva, morta, podre, com doença ou praga
Segunda: laboratorial
- Feita com amostras da árvore
Terceira: tomografia
- Feita depois de passar pelos dois processos anteriores
- Só em casos de muita necessidade, por causa do custo financeiro
A tomografia foi usada, por exemplo, no Jequitibá-rosa que fica no jardim do Paço Municipal. A árvore tem cerca de 200 anos, 50 metros de altura, 2.5 de diâmetro e foi atingida por um raio em 15 de fevereiro desde ano.
O exame analisou o Jequitibá internamente, e depois de constatar os danos causados pela descarga elétrica, funcionários limparam a árvore e adicionaram compostos minerais pelo tronco.
Cabos de aço também foram amarrados para que o jequitibá pudesse manter a estabilidade. Depois dos procedimentos, ele voltou a ser saudável.
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