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CotidianoAssassinato de ganhador da Mega: polícia investiga envolvimento de mais três pessoas

Assassinato de ganhador da Mega: polícia investiga envolvimento de mais três pessoas

Morador de Hortolândia e ganhador de R$ 47,1 milhões em 2020, Jonas Lucas Alves Dias foi morto em setembro; cinco pessoas foram indiciadas e prisões preventivas, pedidas 
 

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A vítima Jonas Lucas Alves Dias (Foto: Arquivo Pessoal)
A vítima Jonas Lucas Alves Dias (Foto: Arquivo Pessoal)

A Polícia Civil de Campinas, por meio da 3ª Delegacia de Homicídios, informou nesta quarta-feira (9) que investiga o envolvimento de mais três pessoas no assassinato de Jonas Lucas Alves Dias, ganhador da Mega-Sena e que morava em Hortolândia, na região de Campinas.

A vítima, de 55 anos, havia ganhado R$ 47,1 milhões na Mega-Sena em 2020 e foi morto em setembro deste ano, após ser sequestrado e extorquido (leia mais abaixo). De acordo com a Polícia Civil, as investigações ainda prosseguem em relação às três pessoas que podem estar envolvidas, mas “nada impedindo a identificação de mais envolvidos”.

De acordo com a delegada responsável pelo caso, Juliana Ricci, ainda é cedo para apontar qual a participação dos outros três suspeitos no assassinato.

As cinco pessoas que já foram presas – incluindo Marcos Vinicyus Sales de Oliveira, conhecido como Vini, responsável por movimentar a conta da vítima após o sequestro – foram indiciadas e tiveram a prisão preventiva pedida pela polícia (leia mais abaixo).

CINCO PRESOS

Em relação a cinco pessoas presas até o momento, a polícia disse que encerrou hoje (9) os interrogatórios. “Os presos foram indiciados pelos crimes de Associação Criminosa (artigo 288 do Código Penal) e Extorsão Mediante Sequestro Seguida de Morte (artigo 159, paragrafo 3º do Código Penal), sendo representado pela decretação da prisão preventiva”.

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RELEMBRE O CASO

O milionário foi encontrado com sinais de espancamento às margens da Rodovia dos Bandeirantes (SP-348) no dia 14 de setembro. Ele chegou a ser encaminhada para o Hospital Mário Covas em Hortolândia, mas não resistiu aos ferimentos. Jonas não era casado e não tinha filhos.

Durante o período em que ficou sob o poder dos criminosos, cerca de R$ 20 mil foram retirados de suas contas, por saques e pix. Houve a tentativa de transferência de R$ 3 milhões, que não foi aprovada pelo banco.

O QUE SE SABE ATÉ AGORA

Até o momento, cinco suspeitos, já identificados, foram presos. São eles:

  • Rogério de Almeida Spínola (48 anos)- primeiro preso. Possuí passagens por crimes como roubo, furto, homicídio, estelionato e lesão corporal.
    Rebeca Messias Pereira Batista (24 anos) – segunda pessoa presa. Segundo a polícia, uma conta no nome dela foi usada para receber parte do dinheiro da vítima.
  • Roberto Jeferson da Silva, o Gordo (38 anos)- terceiro preso. Ele seria o responsável por dirigir o Ford Fiesta usado no sequestro. Não possui passagens pela polícia.
  • Marcos Vinicius F. S. (22 anos) – quarto preso. Com ele foi encontrado o carro usado no crime e um revólver com numeração suprimida.
  • Marcos Vinicyus Sales de Oliveira (22 anos) – preso no dia 14 de outubro. Seria o responsável por dirigir a caminhonete usada no crime, e responsável pelos saques e transferências da conta do milionário.

A AÇÃO

Segundo a Polícia Civil, dois carros participaram do sequestro de Jonas. Uma caminhonete prata, que era dirigida por Vini, e um veículo de passeio preto, que era dirigido por Gordo. Segundo a Polícia Civil, os bandidos sabiam da condição financeira da vítima. O carro Ford Fiesta preto, utilizado no sequestro da vítima, foi encontrado junto com a prisão do último suspeito.

Ao todo, Jonas passou cerca de 20h em poder dos criminosos. Jonas teria saído para caminhar na manhã do dia 13 de setembro no Jardim Rosolém, onde morava em Hortolândia. Ele foi encontrado somente na manhã do dia seguinte, nas margens da rodovia e com sinais de espancamento.

Imagens divulgadas pela Polícia Civil detalharam o trajeto de Jonas antes de ser sequestrado pelo grupo. As imagens mostram o morador em uma padaria e caminhando antes de ser sequestrado, como sempre fazia. Segundo familiares, Jonas saía de casa todos os dias entre 5h30 e 6h e seguia até uma padaria do bairro. No dia do crime, imagens de câmeras do estabelecimento mostram ele no local, onde compra pães, um suco de laranja e uma esfirra e sai.

Após deixar os pães com a irmã, o morador saiu para caminhar novamente, quando novamente é filmado por uma câmera de monitoramento em uma rua. Os vídeos também mostram o carro de um dos criminosos passando por ele. Outra imagem mostra os dois veículos suspeitos circulando pelo bairro. A polícia acredita que a vítima foi abordada em seguida.

Os dois automóveis seguiram para Campinas e em uma agência da Caixa Econômica Federal foram feitas imagens de um carro preto e um dos suspeitos entrando no local por volta das 8h30. O suspeito que entrou na agência estava com o cartão da vítima e fez dois saques de R$ 1 mil. Ele também liberou o aplicativo do banco no celular e fez uma transferência de R$ 18,6 mil para a conta de Rebeca.

EXTREMA VIOLÊNCIA

De acordo com a delegada responsável pelo caso, a investigação aponta ainda que Jonas foi vítima de extrema violência, e o crime é investigado como extorsão seguida de homicídio.

“Esses veículos (os carros vistos em imagens) o abordaram e o levaram. No local onde ele foi abordado, ficou caído o chinelo e o boné dele, tendo em vista a violência ali que ele foi arrebatado, na verdade, e sequestrado. E como foi utilizada muito a violência com a vítima que foi encontrada, já desacordada e com muitos ferimentos na região da face. A gente acredita, então que foi uma extorsão, seguida de morte, e não um roubo”, afirmou Juliana Ricci, delegada titular da Deic de Piracicaba.

ÁUDIOS

Áudios obtidos pela Polícia Civil, e divulgados pelo Fantástico, expõem o momento em que Jonas solicitou a transferência de R$ 3 milhões, antes de ser morto por criminosos em Hortolândia. Os áudios foram encaminhados pela vítima para a gerente do banco, pedindo a liberação do dinheiro.

O pedido foi feito enquanto Jonas estava sequestrado e sob o poder de uma quadrilha, que tentava extorquir dinheiro da vítima. Ao todo, Jonas passou cerca de 20h em poder dos criminosos. “Não chegou nada do comprovante, consegue agilizar isso pra mim? Tô aqui na fazenda, preciso fechar isso hoje”, disse em áudio o milionário.  

A solicitação não foi aceita por funcionários do banco, que desconfiaram do pedido. Segundo a polícia, testemunhas relatam que a voz de Jonas já não estava normal.

 

FAMÍLIA ESCONDIDA

Segundo pessoas próximas, após o assassinato, os irmãos de Jonas Lucas deixaram a casa em que moravam no Jardim Rosolém e estão “escondidos. Jonas foi velado e sepultado no dia 16 de setembro, em evento restrito que reuniu cerca de 50 pessoas, entre amigos e familiares.  O sepultamento ocorreu no Cemitério da Saudade, em Sumaré.

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