O ataque ao sistema de pagamentos do governo federal, o Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira), teria desviado ao menos R$ 2 milhões para uma empresa de Campinas. A informação foi publicada pelo jornal Folha de São Paulo nesta quarta-feira (24).
Na ação, os invasores usaram senhas de servidores do Ministério da Gestão para alterar destino de pagamento previsto para o Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) para a empresa localizada no Jardim Eulina, em Campinas.
O comércio pertence ao empresário Eliezer Toledo Bispo, que negou ter qualquer participação com o desvio do dinheiro (veja a nota abaixo). A empresa tem o nome fantasia de “Adonai Comércio” e tem como atividade principal ser um comércio varejista de móveis, porém, atualmente, vende luminárias solares.
Em entrevista exclusiva à CBN Campinas, o empresário explicou que que foi pego de surpresa na manhã desta quarta-feira pela notícia.
Bispo disse ainda, que junto com um advogado, vai registrar um boletim de ocorrência e que a conta bancária da empresa não recebeu nenhum valor.
“Os criminosos envolveram o nome da minha empresa nesse esquema fraudulento. A minha empresa não tem nada a haver com esse escândalo. Infelizmente os criminosos, não sei como, conseguiram dados cadastrais da minha empresa e devem ter aberto contas em bancos com os dados da minha empresa. Friso que a conta bancária oficial da minha empresa não recebeu nenhum dinheiro dessa operação”,
afirmou o empresário à CBN Campinas
Veja a nota completa divulgada pela empresa de Campinas:
“Fui surpreendido na manhã desta quarta-feira (24) com notícias que envolvem meu nome e os dados da minha empresa com o suposto recebimento de R$ 2 milhões desviados de um sistema do governo federal.
Não tenho nada a ver com este escândalo. A conta bancária verdadeira da companhia não recebeu qualquer dinheiro desta operação fraudulenta. Não sei como, mas os criminosos conseguiram os dados cadastrais e devem ter aberto contas fraudulentas em bancos.
Ainda hoje vou registrar um boletim de ocorrência pelo uso das informações da empresa para uma fraude”.
Como foi feito o ataque ao sistema do governo?
Segundo a reportagem da Folha de São Paulo, a operação foi feita por meio de uma chave aleatória do PIX às 21h42 do dia 28 de março, era véspera de feriado de Sexta-Feira Santa. A transação só foi percebida na segunda-feira, dia 1º.
O ataque foi noticiado nesta segunda-feira (22). Ontem, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que pelo menos um dos responsáveis pelo acesso indevido ao Siafi já havia sido identificado.
“Não acredito que esteja completo o ciclo de investigação. Ela teve início e parece que um dos responsáveis já foi identificado. Eu não tenho nomes, porque a investigação está sendo feita sob sigilo justamente para evitar que as coisas não cheguem ao fim”, disse o ministro a jornalistas.
O Tesouro Nacional emitiu nota informando que o episódio não configura uma invasão hacker, mas a utilização indevida de credenciais obtidas de modo irregular. Até o momento, o prejuízo é de cerca de R$ 3,5 milhões.
A apuração até agora aponta que ao menos 16 senhas de servidores foram utilizadas indevidamente para acesso à plataforma de pagamentos do governo. Além disso, já foram identificados mais de 200 credores alvos de tentativa de pagamentos indevidos.
Não há a confirmação de que os invasores tiveram êxito em todas as tentativas. Parte das operações irregulares teriam sido barradas antes de efetivadas. No governo, a desconfiança é que a invasão tenha sido feita por uma técnica chamada “phishing”, quando um usuário clica em link sem saber que será alvo de roubo de informações. Para fazer a operação de pagamento, são necessários três servidores com acesso ao Siafi. Um responsável pelo pedido, outro que faz uma autorização no meio do processo e ainda um último que dá aprovação final.
A partir disso, integrantes do governo concluíram que em cada fraude houve a invasão de senhas de pelo menos três pessoas.
O que é o Siafi
O Siafi é um sistema de informações criado para que o governo consiga acompanhar os gastos públicos. Implantado em 1987, ele é o principal mecanismo para controlar e acompanhar a execução orçamentária, financeira e de patrimônio do governo federal. É onde estão registradas todas as saídas de dinheiro do governo, informando qual a aplicação e de qual servidor público veio.
Ele também é utilizado para fornecer informações sobre autarquias, fundações e empresas públicas federais e das sociedades de economia mista que façam parte do Orçamento Fiscal e/ou no Orçamento da Seguridade Social da União.
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