A partir de agora, quem quiser ser doador de órgãos já pode registrar o desejo em um site ou aplicativo do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). A novidade é resultado de uma campanha do órgão em parceria com os cartórios e com o Ministério da Saúde.
O registro vai permitir que o sistema nacional de transplantes acesse a autorização, que poderá ser apresentada à família, comprovando a vontade do doador, e isso pode ajudar na decisão dos familiares.
Mas, como fazer a autorização na prática?
O tabelião-interino de cartório, Roberto Begarolli, explica. “A pessoa entra no site, seleciona o cartório em que quer fazer a autorização, agenda com o tabelião uma vídeo-conferência (para que seja atestada a identidade dela e a capacidade cognitiva de tomar a decisão) e, ao final da reunião, os dois assinam”.
Vida nova
A novidade é uma esperança a mais para quem está na fila de transplantes na região de Campinas.
A professora Denise Sam Girardi Armelin, de Santa Bárbara d’Oeste, começou a se sentir mal e descobriu um problema no rim. Procurou ajuda, fez tratamento, mas a hemodiálise passou a fazer parte da rotina. Isso foi em agosto de 2022, mas, para mudar esse quadro, só quando ela conseguir um transplante.
“Eu comecei a me sentir muito mal. Fiquei muito inchada, e os diagnósticos apontaram que o meu rim estava parando”, relembra.
Mas, quem entra na fila, não tem perspectiva de quando vai ser contemplado.
De acordo com a última atualização da secretaria de Saúde de São Paulo, 458 esperavam por um fígado em fevereiro; 180, por um coração; e mais de 17 mil por um rim.
O nefrologista Ronald Ricci Junior conta que a faixa etária que precisa de transplante de rim é extensa. “Hoje em dia, vai desde criança a adultos, e como a população tem envelhecendo mais, nós temos muito pacientes idosos que também precisam muito do transplante”.
Em Campinas, o HC (Hospital de Clínicas) da Unicamp realizou no ano passado:
131 transplantes de rim
113 de córnea
63 de medula óssea
41 de fígado
2 cardíacos
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