Um laudo oficial concluído após a análise da vegetação do Bosque dos Jequitibás, em Campinas, aponta a necessidade de extração de 108 árvores por “declividade acentuada” e ou “estado fitossanitário comprometido”. O documento foi divulgado pela Prefeitura nesta sexta-feira (10) e conclui que a condição dos “indivíduos arbóreos” avaliados “traz riscos à sociedade”.
“Nos dias 2 e 3 de março de 2023, observamos um total de 108 indivíduos arbóreos para extração devido à declividade acentuada em direção às ruas e prédios e/ou devido ao seu estado fitossanitário comprometido que traz riscos à sociedade”, argumenta um dos trechos do trabalho, realizado por engenheiros florestais e biólogos do DPJ (Departamento de Parques e Jardins).
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Em outra parte do laudo, a secretaria de Serviços Públicos de Campinas, responsável pelo levantamento, aponta que outras árvores cresceram “em desconformidade” e podem ser corrigidas através de podas. “Observou-se que grande parte está com crescimento caracterizado pelo fototropismo. Esta característica faz com que busquem luminosidade”, explica o texto.
As análises e a publicação do laudo acontecem após a morte de um homem que passava por uma via ao lado de uma das cercas do local em dezembro em 28 de dezembro de 2022. Ele foi atingido por uma figueira branca de 35 metros. Semanas depois, uma ocorrência semelhante aconteceu na Lagoa do Taquaral, onde uma menina de 7 anos morreu e uma jovem de 24 ficou ferida.
DIFICULDADES E REABERTURA
Fechado por conta dos riscos de novas quedas, o Bosque não tem atualmente uma previsão exata para a reabertura. Ao contrário do Taquaral, da Pedreira do Chapadão e do Bosque dos Italianos, que devem ser liberados ao público ainda este mês, o parque deve voltar a abrir as portas novamente somente em maio.
A expectativa é do secretário de Serviços Públicos de Campinas, Ernesto Paulella. “Não consigo vislumbrar a reabertura, mas no final de maio, se tudo correr bem, existe uma chance”, disse em entrevista ao acidade on Campinas. O problema, no entanto, é que o trabalho de extração e poda será demorado, já que o terreno é íngreme e impede a chegada de caminhões e máquinas.
“Caminhões com cestos elevatórios não conseguem chegar na árvore. Precisa usar a técnica do arvorismo, na qual os podadores sobem nas árvores e vão cortando galhos em pedaços pequenos. É um trabalho demorado”, alega ele.
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