Após quase dois meses realizando sessões e reuniões pelo SDR (Sistema de Deliberação Remota), a Câmara de Campinas não tem prazo para retomar as atividades presenciais. A situação foi confirmada pela presidência da Casa.
A falta de previsão ocorre por conta das obras simultâneas que são executadas no entorno do Plenário do Legislativo, interditado desde janeiro, e nas dependências do Teatro Bento Quirino, recém-adquirido pela Prefeitura.
Enquanto a reforma do primeiro local está atrasada e só deve ser concluída no segundo semestre deste ano, os trabalhos de adequação no espaço que vai abrigar os vereadores temporariamente continuam sem prazo para conclusão (veja mais abaixo).
Procurada, a presidência da Câmara nega que o impasse atual afete os debates e votações, mas reconhece que a volta das atividades presenciais “possibilita um contato mais direto” e maior “dinamismo às análises e discussões” na Casa.
“Não há nenhum prejuízo, uma vez que as reuniões podem ser realizadas por Sistema de Deliberação Remota. Contudo, há uma vontade grande de as reuniões voltarem a ser presenciais”, justificou a assessoria de imprensa.
REFORMA NA CÂMARA
Iniciada em janeiro, a reforma na Câmara sofreu atraso devido à paralisação das obras no início de março. Em entrevista ao acidade on Campinas na ocasião, o presidente do Legislativo, Zé Carlos (PSB), falou em “entraves burocráticos”.
“Os nossos engenheiros e arquitetos não têm expertise pra fazer essas obras estruturantes. E cada vez que se descobre algo a ser feito, surge um obstáculo. Então, a burocracia impera na Câmara. Mas nós estamos desenrolando”, alegou.
Zé Carlos também criticou o fato das obras não terem sido feitas em anos anteriores e, apesar de reconhecer que os trabalhos são importantes, descartou que houvesse risco de colapso, ou de danos irreversíveis na estrutura do prédio.
“Cada hora que você mexe, aparece uma coisa diferente. Mas não é nada que coloque a vida das pessoas em risco, até porque o prédio está vazio, porque nós tiramos as pessoas de lá quando planejamos fazer essa obra”, pontuou ele.
‘PLANO B’
Prédio histórico na Rua Luzitana, 1505, no Centro de Campinas, o Teatro Bento Quirino tem em suas dependências 540 lugares e foi definido pela Câmara como local ideal para receber temporariamente as sessões presenciais.
O imóvel foi escolhido após duas visitas feitas pelo presidente da Câmara e outros vereadores entre o fim de fevereiro e o início de março. Nas vistorias, foi constatada a falta da fiação e das instalações de ar condicionado e internet.
Por conta disso, Zé Carlos se reuniu com o prefeito Dário Saadi (Republicanos) e o “empréstimo” das acomodações foi acordado com o Executivo. Para isso, porém, o teatro teria que passar por adequações a serem feitas pelo município.
Questionada, a pasta de Serviços Públicos confirmou que “está executando a recomposição e a reforma de toda parte elétrica”. Mas no comunicado diz que “não há como precisar, neste momento, uma data específica para a conclusão”.
COMPRA PELA PREFEITURA
O teatro e o ex-colégio Bento Quirino estavam vazios e foram comprados por R$ 11,9 milhões pela Prefeitura. O anúncio ocorreu em fevereiro. Na ocasião, foi informada a intenção de usar o teatro para atividades de Educação e Cultura.
O planejamento do município incluía também a entrega da reforma dos imóveis em fevereiro de 2023.