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CotidianoCampinas completa 249 anos hoje; moradores listam críticas e ‘paixões’ pela metrópole

Campinas completa 249 anos hoje; moradores listam críticas e ‘paixões’ pela metrópole

Campinas é a terceira cidade mais populosa do Estado de São Paulo e foi a primeira metrópole não capital; veja o que opinam sobre a cidade moradores entrevistados pelo acidade on

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Campinas celebra seu 249º aniversário nesta sexta-feira (14). Como a terceira cidade mais populosa do Estado de São Paulo e classificada como metrópole desde 2018, Campinas foi a primeira cidade brasileira não capital a receber esse título.

Conhecida como a “Princesa dOeste“, a cidade abriga atualmente 1.138.309 habitantes, de acordo com o Censo Demográfico de 2022, recentemente divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Com base nos dados atuais, Campinas ocupa o 14º lugar entre as cidades mais populosas do Brasil. Nos últimos 12 anos, a população aumentou 5,40%, com um acréscimo de 58.196 residentes entre 2010 e 2022.
 

Com uma presença muito grande de moradores naturais de outras cidades, estados e até mesmo países, Campinas se tornou a “cidade do coração” para muita gente, que agora se considera “campineira”, mas com os mais diversificados sotaques.
 

Como uma cidade com mais de 1 milhão de habitantes, Campinas também enfrenta desafios e recebe críticas. Além do alto custo de vida, que coloca a metrópole como a quarta cidade mais cara do país, o rápido crescimento da cidade traz consigo uma série de problemas.
 

Em comemoração ao aniversário da cidade, a equipe do acidade on Campinas foi às ruas para ouvir a opinião dos moradores sobre os maiores desafios enfrentados pela metrópole, e também as características que mais fazem as pessoas amarem Campinas.
 

CRÍTICAS
 

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Uma das principais reclamações levantadas pelos moradores da metrópole entrevistados pela reportagem está relacionada à demora no trânsito e aos problemas enfrentados nos trajetos dos ônibus. Campinas ocupa uma área de mais de 800 km², com quatro distritos, e não possui opções de trem ou metrô, o que faz com que o transporte público seja alvo de críticas. 

Além disso, o trânsito na cidade frequentemente apresenta lentidões e congestionamentos, especialmente em determinados horários. Mesmo com a implantação do BRT (Bus Rapid Transit), as reclamações seguem.
 

“Precisa melhorar os trajetos de ônibus, é um caos, terrível. Muito trânsito, eu demoro muito para chegar na minha casa, isso desanima demais”, relatou a faxineira Silvana Almeida, que mora no bairro Vida Nova, na região do Ouro Verde. Silvana mora há 31 anos em Campinas, mas não nasceu aqui. A distância entre o bairro Vida Nova e o Centro de Campinas é de quase 16 quilômetros. De carro, o tempo estimado é de 30 minutos, fora do horário de pico, de ônibus o tempo do trajeto quase que dobra.
 

O segundo aspecto apontado pelos moradores é o abandono do Centro da cidade. Os entrevistados reclamaram da sujeira deixada pela grande quantidade de moradores em situação de rua que vivem na área, inclusive próximo as lojas. A falta de cuidado com a limpeza nessa região tem sido motivo de insatisfação.
 

“O Centro está abandonado, só tem sujeira aqui onde eu moro. Na Avenida Moraes Salles é xixi, fezes de morador de rua, sujeira demais na rua. Precisa melhorar porque é feio, não dá para morar. Saímos de casa e vemos xixi na porta de casa. É triste”, lamentou o autônomo Agnaldo Bezerra Lemos, que mora no Centro.

Já o estudante Eduardo Silva Rodrigues, que mora no Jardim Proença, listou o mesmo problema, mas com enfoque na questão social. “Precisa ajudar mais os moradores de rua, tem muito, principalmente no Centro, em qualquer praça que você vai, encontra com vários. Falta um pouco de ajuda para eles, o pessoal finge que nem vê”, lamentou.
 

Outro desafio destacado pelos moradores de Campinas, diz respeito à qualidade do asfalto das vias da cidade. A grande quantidade de buracos prejudica os veículos e consequentemente os motoristas. Problemas como buracos, irregularidades e falta de manutenção nas vias têm sido fonte de incômodo de quem dirige pela metrópole. 
 

“Precisa melhorar os asfaltos da cidade. São muitos buracos para passar com o carro. Tem que seguir devagar, para não estragar nada porque a maioria das ruas são cheias de buracos”, reclamou o vendedor Guilherme de Faria Silva, que mora no Jardim Proença.
 

Já a campineira Isabelle Silva, que nasceu em Campinas e atualmente mora no Jardim São Marcos, listou a desigualdade social e a falta de apoio do poder público para regiões mais afastadas.
 

“Precisa melhorar a forma em que os bairros mais pobres são cuidados. Têm regiões afastadas que não têm importância para os políticos e os bairros ‘importantes’ só são os de ricos, os mais humildes não são importantes para eles”, opinou.

OS “AMORES”
 

Apesar das reclamações, os moradores também têm diversos motivos pelos quais escolheram Campinas como lugar para viver.

A faxineira Silvana Almeida apontou que a grande opções de mercados e comércios a fez escolher Campinas para viver. “Lojas têm mais variedades, aqui no Centro tem mais roupas baratas”, indicou.

Já o autônomo Agnaldo Bezerra citou as oportunidades e facilidades da cidade. “Eu vim do Nordeste e aqui é muito bom para trabalhar, para morar. É uma cidade grande, com segurança, o que você precisa comprar você acha. Onde você precisa ir você consegue, aqui no Centro passam muitos ônibus que vão para qualquer lugar da cidade, isso é muito bom. Vim para cá e aqui fiquei”, contou.
 

Mas o principal ponto positivo listado pelos entrevistados são as opções de diversidade cultural e de lazer na cidade.
 

“Qualquer bairro da cidade tem bar, balada. O Cambuí de final de semana é lotado de jovens, então os pontos positivos são os lugares de lazer para os jovens aproveitarem”, disse o vendedor Guilherme.

O estudante Eduardo também apontou a “festança” e variedade de restaurantes como principal ponto positivo: “Gosto de Campinas porque tem bastante festa, tem bastante lugar para ir comer, beber, dançar, para conhecer as pessoas, é bem legal morar aqui”, disse.
 

“Têm muitos lugares para sair, para os jovens tem muita festa, muito lugar para curtir, para aproveitar com a família e com os amigos”, completou Isabelle.

CAMPINAS

Campinas ocupa uma área de 801 km² e é composta por quatro distritos: Joaquim Egídio, Sousas, Barão Geraldo e Nova Aparecida. Além disso, a cidade abriga centenas de bairros. Campinas também se destaca economicamente, sendo reconhecida por ter um dos maiores PIBs (Produto Interno Bruto) do Brasil. 
 

Além disso, é considerada a cidade “mãe” da Região Metropolitana de Campinas (RMC), que engloba 20 municípios e é a segunda maior região metropolitana do Estado de São Paulo em termos de população, com mais de três milhões de habitantes.
 

ANIVERSÁRIO NÃO É FERIADO
 

Diferente de muitas cidades da região, em Campinas o dia do aniversário não é feriado. Uma lei municipal de 1949 institui como feriado o dia da padroeira da cidade, Nossa Senhora da Conceição, em 8 de dezembro. Outra lei, de 1971, fala que em 14 de julho é a data comemorativa de fundação da cidade, mas não fala em feriado. 

Segundo a Prefeitura, não existe uma lei que institui a data da fundação como feriado. Uma tentativa de criação dessa lei acabou sendo arquivada no mês passado na Câmara de Campinas.
 

De autoria do ex-vereador Pastor Elias Azevedo, o Projeto de Lei Ordinária nº 27/2016 defendia que a data da fundação de Campinas também passasse a ser considerada como feriado.
 

Na época, o então vereador explicou que o projeto tinha como objetivo de deixar registrado de maneira mais ampla e clara o dia da fundação da cidade já que, segundo ele, muitas pessoas acabam confundindo o aniversário com o dia da padroeira, celebrado em dezembro.
 

Quando protocolou o PL na Câmara, ele chegou a argumentar que com a criação do feriado as escolas municipais certamente dariam mais destaque para contar a história da cidade nas salas de aula e também podiam promover comemorações específicas do aniversário de Campinas, como já ocorre, por exemplo, na capital paulista.
 

Porém, com o fim da legislatura, o projeto criado em 2016 acabou arquivado no dia 21 de junho deste ano. De acordo com o artigo 245 da Câmara, ao fim da legislatura, os projetos e propostas de emenda à Lei Orgânica do Município que ainda se encontrar em tramitação, com ou sem pareceres são arquivados, salvo os de iniciativa do Prefeito Municipal e de iniciativa popular.
 

Agora, para que a data de aniversário de Campinas possa se transformar em feriado, um novo vereador deve fazer um novo projeto de lei e apresentar na Câmara.
 

O QUE DIZ A PREFEITURA SOBRE AS CRÍTICAS?

Procuradas sobre os questionamentos, a Prefeitura de Campinas se posicionou informando o que tem feito para melhorar em relação as críticas apontadas pelos moradores:

TRÂNSITO E TRANSPORTE

Em nota, a Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas) alegou que entende que, em algumas linhas, o tempo de espera pode ser afetado em função de problemas técnicos envolvendo os ônibus, que acabam gerando atrasos. Mas apontou que, nos últimos 6 meses, a cidade nfrentou um período bastante chuvoso, o que contribuiu com grande quantidade de buracos nas vias, prejudicando vários bairros com vias não pavimentadas e isto afeta a velocidade prevista para circulação dos ônibus, gerando atrasos significativos.
 

“Em seguida, pós-período de chuvas, tivemos uma série de obras como recapeamentos, operação tapa buracos, obras de infraestruturas de pavimentação em bairros com itinerário prejudicado, adequação geométrica, pintura e demarcação horizontal, avenidas com obras de revitalização. Todas essas intervenções, contribuem para a redução de velocidade, causando atrasos e afetando diretamente os usuários”.

A Empresa informou que mantém a fiscalização atenta às condições dos veículos e concentra essa fiscalização em linhas mais deficitárias. Há ainda o aumento do tempo de espera do usuário por não atendimento aos pontos de parada por parte dos condutores. 

“A Emdec faz regularmente esse apontamento para as empresas para que elas promovam cursos de reciclagem para os motoristas. Além disso, constantemente avalia mudanças de itinerário para adequar às demandas da população”, completou, citando que das 216 linhas do município, apenas 12% delas apresentam um número de reclamações que se mantém.

Como alternativas para melhoria, a empresa indicou a implantação do Sistema BRT, em andamento, que vai contribuir muito para diminuição dos tempos de deslocamentos, e a Além a republicação do edital de licitação do Transporte Público, que vai trazer renovação e modernização da frota.

SUJEIRA NO CENTRO

Sobre os apontamentos do Centro, a Prefeitura informou que equipes do Departamento de Limpeza Urbana fazem varrição e lavagem especial, com água e detergente, todos os dias em ruas e praças na região central. 

“A lavagem é feita no período noturno e as equipes de varrição trabalham diariamente, desde cedo até a noite, retirando o lixo que as pessoas descartam de forma irregular e contínua. Há lixeiras em várias vias na região central para que as pessoas que estiverem circulando descartem os resíduos no local adequado e não joguem no chão”, informa em texto, alegando que também form instalados, recentemente, nos locais de grande circulação de pessoas, pontos de entrega voluntária de recicláveis, nos quais as pessoas podem depositar materiais recicláveis em geral.

MORADORES DE RUA

Já sobre o cuidado com moradores em situação de rua, a secretaria de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos informou que mantém, por meio das equipes especializadas do SOS Rua, operações de abordagem à população em situação de rua oferecendo albergamento. 
 

“A abordagem não se limita apenas ao encaminhamento para o Samim, mas também oferece serviços de recâmbio para cidades de pessoas em situação de rua que sejam migrantes, tratamento em comunidades terapêuticas para superação de adicção, além de qualificação profissional para aqueles que demonstram interesse em deixar as ruas, por meio do programa Mão Amiga”. 

ASFALTO

Sobre a reclamação do asfalto, a Prefeitura de Campinas apontou o recapeamento que está sendo feito em várias regiões da cidade. 

“Somente este ano, mais de 35 quilômetros de vias foram recapeadas (até o fim de junho) e o trabalho continua”, alegou.

A Administração informou que são duas linhas de operação de recape, uma por meio de financiamento de R$ 80 milhões com a agência Desenvolve SP, para recapear cerca de 70 quilômetros de vias, no total. E outra somente de equipe da Prefeitura, incorporada à rotina. 

Segundo a Prefeitura, h[a 12 equipes de tapa-buracos que atuam em toda a cidade, de forma contínua. Este ano, já foram tapados 92, 7 mil buracos.
 

ABANDONO DE BAIRROS MAIS POBRES

Sobre a reclamação de desigualdade de investimentos em bairros mais pobres, a Administração alega que “tem investido em todas as regiões e nos bairros mais distantes, considerando a equidade, para levar saúde, educação, infraestrutura, ações de assistência social, lazer e esporte e mobilidade”.

Veja a nota: 

“Entre os programas em desenvolvimento há o Espaço do Amanhã, com a construção de 16 creches e investimento de R$ 144 milhões; educação profissionalizante pelo Ceprocamp e Educação de Jovens e Adultos (EJA), sendo que uma nova unidade será entregue no Campo Belo (região Sul) em breve; o Meu Bairro bem Melhor 2, que está levando asfalto a 14 bairros beneficiando 70 mil pessoas; construção da nova sede do Centro de Saúde Campina Grande, beneficiando5 mil pessoas, que será entregue em breve, e do Centro de Saúde Sírius Cosmos, beneficiando 15 mil pessoas – a entrega deve ser feita até o final do ano; foram entregues desde 2021 31 novas praças e áreas verdes e outras dez estão em obras; e o BRT, ligando os bairros ao Centro”. 
 

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