A Prefeitura de Campinas divulgou nesta quinta-feira (17) o projeto básico para a construção de piscinões e outras intervenções para evitar enchentes nos córregos Proença, Serafim e Anhumas, onde ficam as avenidas Princesa d’Oeste e Orosimbo Maia.
As duas etapas das obras devem custar R$ 600 milhões, valor que o município não tem em caixa e que deve ser pedido em diferentes frentes. Além dos governos estadual e federal, bancos internacionais serão procurados para financiamento.
“Vamos solicitar de todos os lugares possíveis. Sem o projeto básico a gente não conseguia pedir o valor, porque a gente não tinha os detalhes”, informou o prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), durante a entrevista coletiva ao vivo.
Uma empresa especializada foi contratada para elaborar o projeto, que prevê intervenções capazes de suportar chuvas de até 95 milímetros em duas horas na primeira etapa, e de 110 milímetros em duas horas na segunda (veja mais abaixo).
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DETALHES DO PROJETO
Entre as intervenções planejadas, estão previstas as construções de um piscinão subterrâneo com capacidade de suportar 150 mil metros cúbicos de água na área onde funciona o CT (Centro de Treinamento) do Guarani, no Jardim Guarani.
Conforme o projeto, a obra inclui a criação de duas galerias para escoar a chuva. Uma delas passaria embaixo da Rua Joaquim Roberto de Azevedo Marques. O traçado da outra passagem contornaria o Estádio Brinco de Ouro da Princesa.
Essas intervenções fazem parte da primeira etapa do plano, que inclui ainda um reservatório para 100 mil metros cúbicos na Praça Ralph Stettinger, no bairro Nova Campinas, e outro piscinão para 80 mil m³ sob a Praça da Ópera, no Bonfim.
Já na segunda etapa, estão previstos reservatórios, por exemplo, na Praça Renê Pena, no Jardim Proença, com capacidade para 40 mil m³, e em um terreno da prefeitura, na Avenida José de Souza Campos, no Jardim Planalto, com 140 mil m³.
“Com esses 690 mil metros cúbicos no total, a gente vai conseguir ter capacidade de resistir chuvas de até 115 milímetros, em duas horas”, garantiu o engenheiro responsável pelo projeto, Aluísio Canholi.
Além dessas obras, três travessas da Avenida Orosimbo Maia também serão ampliadas para permitir a maior vazão da água, assim como o piscinão da Norte Sul, que hoje tem 60 mil e passará a ter 100 mil metros cúbicos.
ESTIMATIVA DE PRAZO
Ainda de acordo com o prefeito, o detalhamento técnico era necessário para o andamento do processo de contratação das responsáveis pelas obras. “Com o projeto a gente consegue licitar a contratar a execução em um pacote só”, disse.
Além de Saadi, o secretário de Infraestrutura, Carlos José Barreiro, também participou da divulgação. Questionado sobre o prazo para as construções, reconheceu a dificuldade e relacionou a conclusão ao acesso às verbas necessárias.
“Fazer obra em zona urbana habitada é complicado. Nós estimamos que cada etapa pode ser executada em 12 meses, mas isso vai depender se a execução for sequencial ou simultânea. E também do dinheiro em caixa para cada uma”, alegou.
HISTÓRICOS DE ENCHENTES
Com extensos históricos de enchentes e enxurradas, principalmente em época de maior volume de chuvas, as avenidas Princesa d’Oeste e Orosimbo Maia registram mortes e danos por conta dos problemas.
O caso mais recente aconteceu na Princesa d’Oeste no dia 31 de dezembro de 2021, quando uma mulher de 59 anos foi arrastada pela água e ficou presa embaixo de um carro. Ela foi resgatada, mas não resistiu.
Desde o início do ano, a via registrou enchentes por diversas vezes. Nesta semana, a avenida foi inundada nas noites de terça e quarta, quando a enxurrada arrastou, isolou e danificou carros que trafegavam pelo local.