Campinas teve recorde de frio na manhã desta sexta-feira (4) em plena Primavera. Segundo o Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura) da Unicamp, às 6h da manhã a temperatura mínima chegou a 11,5ºC. Essa foi a menor temperatura registrada para o mês de novembro desde o ano 2020. Para piorar a friaca, com ventos da ordem de 21 km/h, a sensação térmica ficou em torno de 9ºC ao amanhecer, por volta das 5h30.
Ainda segundo o Cepagri, a temperatura registrada nesta sexta-feira foi uma das menores para o mês de novembro desde 1989. Só ficando atrás de 2020, quando a temperatura no mês ficou em 10,9ºC; 2006, quando a menor temperatura foi de 10,9 ºC e 2016, quando foram registrados 11,2ºC.
O meteorologista do Cepagri, Bruno Bainy, explicou sobre os motivos da queda de temperaturas, e afirmou que elas devem continuar amenas neste fim de semana.
“Essa queda nas temperatura foi provocada por uma frente fria de tragetória continental que afetou uma boa parte do Brasil. A massa de ar de origem polar que está por trás dessa frente fria é bastante intensa e tem se mantido próxima ao Rio Grande de Sul. Isso deve se manter até pelo menos o começo da próxima semana, mantendo as temperaturas mais amenas e abaixo da média”, indicou.
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NOVEMBRO DE FRIO
Com um novembro de frio atípico, Campinas também registrou nesta semana a temperatura máxima mais baixa para o mês de novembro nos últimos 33 anos. Na quarta-feira (2), Dia de Finados, a temperatura máxima foi 17,4ºC, em plena Primavera.
Segundo Bainy, a temperatura registrada foi a mais baixa para novembro desde 1989, quando o Cepagri começou a fazer observações meteorológicas. “Antes, a menor máxima tinha sido 18,6ºC no ano de 2000”, explicou.
De acordo com as temperaturas medidas pela entidade desde 1991, porém, a mínima média para este mês em Campinas é de 18,2°C e a máxima é de 29,6°C, patamares ainda bem distantes do atual panorama meteorológico.
ATÉ QUANDO VAI O FRIO?
Segundo Bainy as temperaturas devem continuar longe dos índices esperados para o mês nesta sexta (4), quando não passam dos 23°C. O aumento delas só deve acontecer gradativamente ao longo da próxima semana. Ou seja, até domingo seguem as temperaturas mais baixas.
“No final da semana as máximas devem passar de 22°C na cidade. Semana que vem ainda deve ter vários dias abaixo da média. Não vai estar tão frio, mas as temperaturas sobem mais à tarde, se mantendo na casa dos 25°C. Mais para o final da próxima semana é que teremos temperaturas próximas da média”, completou.
CONTRASTE DURANTE O DIA
Segundo Bainy, a variação nas temperaturas também é mais intensa devido à radiação solar, que é mais intensa nessa época do ano. Com isso, a população pode sentir o tempo mais quente no sol, e frio na sombra.
“A gente está em novembro e nessa época do ano a radiação solar já chega com maior intensidade. Então a gente tem uma combinação de elementos que geram uma grande variabilidade na sensação térmica. A sensação que a gente tem quando está na sombra, em ambiente fechado é de frio, porque a temperatura está mais baixa e o vento está soprando com intensidade moderada. Mas quando a gente fica de baixo da radiação solar a nossa pele é aquecida e isso gera um contraste grande”, explicou.
“A questão de escolher roupa mesmo, essa percepção causa um contraste muito grande, porque temos esses elementos de temperatura, velocidade de ventos e radiação solar”, disse, citando a recomendação para cuidados com a radiação solar, que pode causar queimaduras solar pela exposição na radiação solar nessa época.
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