A estudante de Campinas, Sabrina Orsi, ainda não sabe quando vai voltar ao Brasil. Morando com o marido e o filho em Haifa, no norte de Israel, ela conta como é ver e ouvir de perto os horrores da guerra enquanto tenta uma vaga nos próximos voos da FAB (Força Aérea Brasileira). “Meu filho de 3 anos já fala ‘mamãe, guerra, bomba, fogo’. Isso é assustador”, desabafa (leia mais abaixo).
Sabrina passou a viver no Oriente Médio há certa de quatro meses, depois que o marido dela, Felipe Santos, aceitou a proposta para jogar pelo time de futebol Hapoel Haifa Football Club. Em meio à euforia pela nova vida, porém, a estudante conta como foi assustador lidar com o conflito, mesmo a 140 km da Faixa de Gaza e distante dos ataques terroristas do grupo palestino Hamas.
Ataques do sul e do norte
O temor dela e da família acontece devido ao alcance dos mísseis lançados à distância, tanto pelo Hamas, quanto pelo grupo militante libanês Hezbollah, que apoia a causa palestina e já realizou ataques nos primeiros dias deste mês. O choque pela proximidade dos confrontos, porém, afetou a estudante de Campinas no final de semana, quando as sirenes avisaram sobre um ataque.
“Há dois dias interceptaram um míssil vindo do Sul, bem para o centro aqui de Haifa. Foi onde tocou a sirene. Foi assustador. A sirene fica ecoando no meu ouvido. Se eu vejo a sirene tocar em algum vídeo, o coração começa a disparar, a mão começa a suar”, detalhou durante entrevista concedida à EPTV Campinas.
Refúgio no bunker
Além das sirenes, ouvir bombas e o sobrevoo dos aviões-caça israelenses se tornou uma rotina. Outro costume que teve que ser adquirido por eles nos últimos dias foi o uso de um bunker, estrutura construída no subsolo e que oferecem abrigos contra bombas em moradias, prédios e ouros locais. O refúgio já foi usado pela família pelo menos três vezes. A sensação, porém, é difícil.
“É um quarto fechado e não tem muita ventilação, especialmente quando enche de gente. Aqui nós utilizamos e estávamos em 12 pessoas. Quando você fecha a porta, só torcer para que uma bomba não caia próximo. No terceiro dia, ouvimos explosões e a sirene não tocou. Pegou todos desprevenidos”, disse Orsi, que também divide o cotidiano com a avó do marido, que tem mais de 80 anos.
Esperança por voo
Questionada sobre a expectativa para deixar Israel, Sabrina conta que a avó de Felipe conseguiu entrar para a lista de passageiros prioritários definida pela embaixada brasileira na região. Com isso, a idosa deve embarcar nesta quarta-feira (18) no sétimo voo da Força Aérea Brasileira. Ela, o marido e o filho, no entanto, não sabem ainda quando poderão voltar ao Brasil e seguem à espera.
Orientada a ir com o marido até o embarque, ela tem esperanças, já que uma vaga pode surgir se alguém desistir do voo. O problema é que, se isso não acontecer, o retorno é arriscado. “Caso não desistam, temos que voltar para trás. Por exemplo, ontem, Tel Aviv estava sendo bombardeado, estavam tentando, até cair um míssil”, define ela, que teme os ataques à capital israelense.
Além de aguardar os próximos voos das FAB, Sabrina conta que ela e a família também não descartam tentar embarcar em algum voo comercial. “Não consigo dormir, não consigo ficar em paz, porque existe essa expectativa”, finaliza.
Quer ficar ligado em tudo o que rola em Campinas? Siga o perfil do acidade on Campinas no Instagram e também no Facebook.
Receba notícias do acidade on Campinas no WhatsApp e fique por dentro de tudo! Basta acessar o link: bit.ly/3krPaDY
Faça uma denúncia ou sugira uma reportagem sobre Campinas e região por meio do WhatsApp do acidade on Campinas: (19) 97159-8294
LEIA MAIS
Temporal em Campinas teve ventos de 100 km/h e mais de 400 raios