A Polícia Civil de Campinas registrou em janeiro o maior número de casos de estupro para o mês desde o início da série histórica em 2001. Foram 41 casos no primeiro mês de 2024, e a maioria envolveu crianças e adolescentes menores de 14 anos.
De 2001 até hoje, o maior número de casos tinha sido registrado em 2015, quando foram 31. Mas, neste ano já foram 41 casos, um aumento de 86,3%.
Campinas tem 13 distritos policiais, e a região do 11º, que fica no Jardim Ipaussurama, foi a que contabilizou o maior número deles, sete no total, sendo que cinco envolveram vulneráveis.
Reabilitação
Uma mulher que prefere não se identificar sofreu agressões físicas e sexuais do próprio companheiro por anos e precisou inclusive passar por uma cirurgia.
“O que eu sofria todo dia era medo. Mas, eu tinha que voltar pra casa, né? Eu saia do trabalho e já sabia que aquela cena iria se repetir, e de tanta pancada que eu levei, eles tiveram que tirar o meu útero”, revela.
Mas, isso foi até ela conhecer o Ceamo (Centro de Referência e Apoio à mulher), onde ela conseguiu romper o vínculo com o agressor. Mais de 32 mil mulheres já foram atendidas pelo centro desde 2006, e, só no ano passado, mais de duas mil.
O que fazer em caso de estupro?
Segundo a vítima ouvida pela reportagem, as marcas da violência sexual superam a dimensão física e permanecem por muito mais tempo. Por isso, é preciso pedir ajuda.
“O que eu tenho pra dizer é: primeira coisa, procure a DDM (Delegacia de Defesa da Mulher). Se apanha, faça o Exame de Corpo de Delito. Segundo, procure o Ceamo. É isso o que eu tenho pra dizer”.
Insegurança
Sobre o aumento no número de casos de estupro, a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) informou que “se mantém atenta à variação dos índices criminais em todo o estado, incluindo a região de Campinas”.
Informou ainda que “tem reorientado e reforçado o policiamento com base no estudo desses indicadores”.
*Com informações de Gabriela Ferraz/ EPTV – Campinas
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