Preocupados com os recorrentes alagamentos na Vila Itapura, em Campinas, um grupo de moradores tomou uma iniciativa nessa semana. Eles amarraram uma faixa de protesto diante da igreja São Paulo Apóstolo, exigindo soluções imediatas por parte das autoridades locais.
O grupo, composto por 350 pessoas, destacou que somente neste ano, a região próxima à Praça Padre Lauro Sigrist foi afetada por, pelo menos, oito episódios de alagamentos. Durante fortes chuvas em Campinas, esse local é particularmente vulnerável a inundações.
A faixa expressa à preocupação: ‘As chuvas estão se aproximando, e até o momento, nossa luta contra as enchentes permanece sem respostas efetivas’.
No local, o nível de água acumulada sobe muito rápido, muitas vezes prejudicando os proprietários de veículos que estacionam nas proximidades da praça, sofrendo prejuízos com as inundações. Mesmo as escadarias da igreja, situada a um nível mais elevado que a rua, já foram encobertas pela grande quantidade de água acumulada no local.
“Não vemos a boa vontade do poder público, daqueles que têm a responsabilidade de resolver. Não temos visto absolutamente nada. Você faz reunião, mas nada acontece”, disse o morador Luiz Melato, que mora no bairro há 22 anos.
Melato é um dos representantes do grupo e afirma que, só de janeiro a junho, eles já se reuniram cinco vezes com representantes da Prefeitura, incluindo com o prefeito Dário Saadi (Republicanos), com o secretário de Serviços Públicos, Ernesto Paulella, e com o secretário de Infraestrutura, Carlos José Barreiro, mas, até o momento, sem nenhuma solução definitiva.
Ainda segundo os moradores, o problema ocorre devido a três aspectos entre eles pelo bairro estar localizado em uma área mais baixa e que recebe a água das chuvas de grandes vias como a Avenida Barão de Itapura e Avenida Orosimbo Maia e também por causa da galeria pluvial do bairro que tem quase 100 anos e está obstruída.
“Essa tubulação tem parte que está desmoronada. Usaram um equipamento para fazer uma filmagem, mas o equipamento não conseguiu nem percorrer o trajeto. Daí o agravamento nas enchentes”, afirmou.
“Por isso, ainda que uma obra maior seja feita, com piscinões, o fato dessa tubulação estar obstruída vai continuar gerando as enchentes. Há 22 anos que eu assisto as inundações. As pessoas perdem carros. Existe risco. Já estamos cansados de assistir isso, e não há providência”, desabafou.
Obras antienchetes vão beneficiar o bairro
Por meio de nota, a Prefeitura informou que as obras de macrodrenagem na Avenida Orosimbo Maia irão beneficiar também a Vila Itapura, melhorando a vazão de água no bairro.
A nota ainda lembrou que ontem o prefeito esteve na sede do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) negociando o financiamento de R$ 517 milhões para executá-las.
A nota ainda ressalta que o processo de financiamento para as obras vai agora para a última fase de análise antes da liberação (leia mais aqui).
Ainda por meio de nota, a Secretaria de Serviços Públicos informou que limpa periodicamente as margens de córregos que passam na região do bairro e que também faz a limpeza das bocas de lobo (entrada das galerias pluviais) nas ruas.
Além disso, a nota afirma que a pasta faz o desassoreamento do piscinão da Avenida Norte-Sul, para ampliar a capacidade de armazenamento da chuva onde desembocam os córregos das avenidas Orosimbo Maia e Norte-Sul.
A nota termina reforçando que acompanha a situação das galerias pluviais e que, caso seja identificada a necessidade de reparos ou desentupimentos, que o serviço é executado o mais rapidamente possível para permitir a fluidez no escoamento da água.
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