Após 22 anos, a ONG Hospitalhaços – criada em Campinas – anunciou o encerramento das atividades no Brasil. De acordo com a instituição, a pandemia de covid-19 impediu a continuação do trabalho.
A associação desenvolvia um trabalho de “humanização hospitalar”, no qual voluntários, vestidos de palhaços, visitavam crianças em hospitais para tornar o ambiente um pouco mais agradável aos pacientes internados. A inspiração foi o trabalho realizado pelo médico americano Hunter Adams, o Patch Adams. Em 2002, a ONG começou a administrar brinquedotecas, chegando a manter sete espaços lúdicos em unidades hospitalares.
O anúncio oficial do fim das atividades da Associação foi feito nesta sexta-feira (19) nas redes sociais. De acordo com a diretoria, a pandemia prejudicou o trabalho de humanização hospitalar, o que causou o “esfacelamento interno” em todos setores da associação.
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Por causa disso, a ONG dispensou colaboradores contratados e prestadores de serviço. Com o encerramento do mandato da atual diretoria em setembro do ano passado, nenhuma chapa se formou para ocupar a direção no triênio 2021/2024.
Ainda segundo a associação, duas assembleias foram feitas e em uma delas foi definida a dissolução da associação.
Em nota, a ONG lamentou o fim dos trabalhos depois de 22 anos de existência e de serviços prestados à sociedade com palhaços e brinquedistas que alegrou milhares de pacientes internados em hospitais. Veja a nota completa:
A Associação Hospitalhaços foi criada em 1999 por Walkiria Camelo com a intenção de levar sorrisos ao ambiente hospitalar, tornando um pouco mais leve o ambiente hospitalar, descontraindo pacientes, familiares e profissionais da Saúde.
De acordo com o último balanço divulgado no site da associação, os Hospitalhaços atendiam 31 hospitais em 18 cidades do estado de São Paulo, além de Recife e Rio de Janeiro. Só em Campinas, os voluntários da ONG frequentavam oito hospitais:
- Centro Médico
- Hospital Vera Cruz
- Hospital Municipal Mário Gatti
- Hospital Municipal Ouro Verde
- Hospital Puc Campinas
- Hospital das Clínicas da Unicamp
- Caism (Centro de Atendimento Integrado à Saúde da Mulher) da Unicamp
- Centro Infantil Boldrini
A ONG contava com 350 palhaços humanitários, brinquedistas e colaboradores, somando mais de 450 voluntários. A associação chegou a fazer 35 mil atendimentos mensais e administrar sete brinquedotecas.