O delegado de Indaiatuba preso em uma operação contra o crime organizado nesta terça-feira (26), José Clésio Silva de Oliveira Filho, é apontado como líder de um grupo que extorquia dinheiro de pelo menos 10 empresários da cidade. As informações foram confirmadas pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público.
Segundo o MP, dezenas de empresários foram extorquidos no período de um ano. O valor das extorsões variava de R$ 1 milhão a R$ 3 milhões.
José Clésio, que era titular do 1º DP (Distrito Policial), contava com a participação de dois investigadores, um escrivão, dois guardas-civis e três advogados para praticar as irregularidades. Segundo os promotores, o grupo invadia estabelecimentos comerciais e recolhia bens e valores das vítimas, que atuavam em diversos setores, como roupas e veículos.
Como era o esquema criminoso?
Conforme o Ministério Público, os crimes eram praticados “com decretação de prisões abusivas, utilizando-se da atuação específica de polícia judiciária”, com o uso de boletins de ocorrência, inquérito e relatórios investigatórios para “sustentar exigências ilícitas de pagamento de vantagens indevidas como preço de ‘resgate’ da prisão decretada ou como garantia de não investigação”.
“Mais de uma dezena de empresários foram vítimas dos crimes, em especial das extorsões, no período de cerca de um ano. A exigência de valores varia de R$ 1 milhão e R$ 3 milhões por vítima”, afirma o comunicado oficial do MP.
Delegado de Indaiatuba foi levado à Corregedoria
A operação teve o apoio de equipes do Baep (Batalhão de Ações Especiais) da PM (Polícia Militar) e apura a prática dos crimes de extorsão, corrupção e organização criminosa. Dos 13 mandados de prisão, nove foram cumpridos. Entre eles, o de um funcionário da Prefeitura de Indaiatuba que tentou fugir dos militares após ser algemado. Um vídeo mostra ele correndo e sendo alcançado.
Além das prisões, 17 ações de busca e apreensão foram cumpridas em diversos endereços. Entre eles, a casa do delegado e a sede do 1º DP, onde ele atuava. Detidos pelo Baep, José Clésio Silva de Oliveira Filho e os demais policiais civis foram encaminhados à sede da Corregedoria da Polícia Civil, localizada em Campinas. Os demais presos foram levados à delegacia de Indaiatuba.
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