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CotidianoEstudantes da Unicamp denunciam abandono em cursos de dança e artes cênicas

Estudantes da Unicamp denunciam abandono em cursos de dança e artes cênicas

Alunos e professores relatam a falta de investimento e infraestrutura oferecida no campus em Campinas

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Universitários dos cursos de dança e artes cênicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), no campus do distrito de Barão Geraldo, denunciaram o descaso e o abandono com a graduação e as condições de aprendizado dos estudantes e professores. As reclamações envolvem obras inacabadas, salas com materiais amontoados e a frustração daqueles que sonham em ingressar em uma das universidades públicas mais renomadas do Brasil e da América Latina.

Pelo menos 250 alunos estão compartilhando um único barracão, que não é capaz de comportar os dois cursos. Segundo relatos, aulas têm acontecido em condições difíceis há muito tempo, devido à falta de investimento e manutenção.

Situação de improviso nos cursos de dança e artes cênicas

Antigamente, havia dois barracões para contemplar esses estudantes. Em 2019, um deles começou um processo de reforma e que até hoje não acabou, restando só um para ser usado pelos estudantes dos dois cursos. Hoje, a situação da estrutura que deveria ser reformada é de abandono, deixando escombros que impactam negativamente a rotina dos alunos, professores e funcionários, além de comprometer a qualidade das aulas.

A estudante de artes cênicas, Mariana Lobo, relata que quando os dois cursos, entre os anos 1985 e 1986, os alunos e professores nunca tiveram de fato um prédio. Por conta disso, a universidade ofereceu o espaço dos barracões.

“Como a gente foi ficando definitivo [no barracão] decidiram que era melhor fazer uma reforma porque ele já foi ficando desgastado. Em 2019, eles demoliram metade do prédio para começar a reforma. que nunca se desenvolveu. Os escombros estão ali e a gente tem que conviver com eles todos os dias”, relata.

Com apenas um pavilhão para ser compartilhado pelos estudantes de dança e artes cênicas, a solução dos alunos e professores foi improvisar. Em imagens feitas pela EPTV Campinas, é possível ver uma sala com materiais de cenários e figurinos empilhados, além de geladeira, microondas, armários e mochilas.

Os equipamentos usados pelos estudantes de artes cênicas ficam amontoados em diferentes lugares do barracão, por não terem espaço apropriado para guardá-los.

O lugar das apresentações para o público também é de improviso. Por conta disso, a plateia tem que ser reduzida, o que não é ideal, além da falta de ventilação em um lugar que atualmente sofre com as altas temperaturas da cidade.

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Descaso e abandono

Além das salas amontoadas e do calor, os universitários também precisam conviver com locais com escorpiões e mofo, conforme descreve a aluna Beatriz Amorim, do curso de dança. “A gente teve também alunos que se lesionaram por causa da situação dos pisos”, comenta.

A professora de Artes do Corpo, Verônica Fabrini, que foi aluna da primeira turma de Artes Cênicas, relata que já convive com essa situação há 38 anos. “A formação fica comprometida, o curso fica comprometido, mas o coração de um curso são os seus professores. E quando os professores e os artistas não são tratados com dignidade, fica muito difícil”, desabafa.

O que diz a Unicamp?

Em resposta à EPTV Campinas, a Unicamp afirmou que a obra do barracão teve problemas porque as empresas responsáveis não cumpriram o contrato. Porém, os recursos financeiros para ele estão garantidos e uma nova licitação está prevista para ocorrer em abril com as adequações necessárias para retomar a reforma.

Além disso, o projeto original está mantido e a licitação abrange a construção desse pavilhão que começou o processo de demolição e a reforma da outra parte, onde estão acontecendo as aulas nesse momento.

A universidade também pontua que providenciou espaços alternativos pelo campus, para atividades dos cursos de dança e artes cênicas, que passaram por adaptações para atender as necessidades específicas das aulas. No entanto, os alunos defendem que eles não estão adequados.

Por fim, a Unicamp garante que busca melhores espaços enquanto a obra não é concluída.

Veja a nota da Unicamp na íntegra:

É importante esclarecer que a obra do Paviartes em nenhum momento foi adiada. Ela foi iniciada por duas vezes consecutivas com empresas que não cumpriram com as obrigações contratadas, o que se ensejou em novas licitações. Os recursos orçamentários para a conclusão da obra estão garantidos e empenhados desde o primeiro contrato, inclusive contemplando as atualizações de preços da construção civil para o projeto, que são realizadas a cada nova licitação. A licitação está prevista para ser publicada no mês de abril próximo, com todas as adequações legais exigidas pela nova lei de licitações.

O projeto original está mantido, e a obra, assim como a licitação, é uma só, que abrange a construção de um dos pavilhões já demolido, a reforma do outro, e a área central de interligação entre eles. A execução da obra possui um cronograma que primeiro completa o pavilhão demolido, para depois seguir para as demais etapas, no intuito de haver o menor impacto possível dos espaços em uso/disponíveis.

A obra do Teatro teve início em 2011 e foi paralisada em 2015. De 2015 até 2022, enquanto ainda não havia perspectivas de recursos para o término da obra, a Unicamp trabalhou em soluções estruturais para o prédio, como o reforço da estrutura, a colocação de um sistema de drenagem e a obra de cobertura.

Com a melhora nos investimentos de infraestrutura, em 2023 os projetos complementares do Teatro foram retomados, e estão em fase de desenvolvimento com as empresas contratadas. Os projetos prevêem o término do prédio considerando as instalações elétricas, hidráulicas, de climatização, acabamentos, urbanização do entorno, cenotecnia, acústica e áudio e vídeo, sendo que a execução da obra poderá ser contratada a partir da conclusão destes projetos.


*Com informações de Bianca Rosa/EPTV Campinas


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Vitória Silva
Vitória Silva
Repórter no ACidade ON Campinas. Formada em Jornalismo pela Unesp, tem passagem pelos portais Tudo EP e DCI, experiência em gravação e edição de vídeos, produção sonora e redação de textos, com maior afinidade com temas que envolvem cultura e comportamento.
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