Familiares e amigos protestaram e pediram por justiça pela morte de Emily Gabriela Bueno, de 23 anos, na Maternidade de Campinas. O ato foi realizado em frente à unidade de saúde na manhã deste domingo (26). Segundo a mãe da vítima, Katia Menezes, ela morreu no dia 17 de fevereiro depois de fazer uma curetagem, procedimento realizado após um aborto.
Ao todo, 20 pessoas se reuniram em frente à Maternidade e levantaram cartazes questionando os procedimentos feitos pela unidade. De acordo com Katia Menezes, a filha chegou à unidade pela manhã, em jejum. Contudo, a operação só foi feita à noite, quando a jovem já estava com a pressão baixa.
A família alega que houve negligência médica, o que teria causado a morte de Emily. Em nota, o hospital disse que o caso será investigado e que não é possível fornecer informações de pacientes.
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“Por força de lei, o Hospital Maternidade de Campinas é impedido de fornecer qualquer informação sobre pacientes. Este evento já está sendo avaliado pelos comitês responsáveis, sendo que, até o momento, não há indícios de negligência, considerando que houve suporte completo durante todo o procedimento. Tão logo o laudo seja concluído, a família será comunicada”, disse.
Este é o segundo caso envolvendo a Maternidade de Campinas nesta semana. Três bebês que estavam internados na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Neonatal morreram após um surto e houve uma interdição no local – veja os detalhes abaixo.
INVESTIGAÇÃO
A secretaria de Saúde de Campinas confirmou na tarde de sexta-feira (24) a morte de mais um bebê que estava internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Neonatal da Maternidade de Campinas. Com isso, já são três óbitos no local. De acordo com a Prefeitura, as causas serão investigadas.
“A causa da morte será investigada, para que saiba se está relacionada ou não com o surto de gastroenterite (diarreia), que já foi controlado. O motivo da morte de outros dois bebês também está em investigação pelas autoridades sanitárias. Outras causas estão sendo investigadas”, afirma.
Em 16 de fevereiro, o Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde) interditou a UTI Neonatal da Maternidade devido ao número insuficiente de profissionais para atendimento dos bebês. A unidade está autorizada a funcionar com 20 leitos, mas 32 pacientes estavam internados até a última quinta-feira (23).
“Várias medidas estão sendo adotadas pelas autoridades sanitárias e um Plano de Contingência para enfrentamento e contenção do surto foi exigido pelo departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) e implantado pelo hospital”, acrescentou a Administração.
Além disso, a secretaria de Saúde afirmou que está transferindo para o Caism e para a PUC as gestantes com risco de parto prematuro para que, ao nascerem, os bebês sejam internados nas UTIs destes hospitais.
HOSPITAL NEGA
Após a secretaria de Saúde de Campinas informar sobre a morte de um terceiro bebê que estava internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Neonatal na Maternidade de Campinas, o hospital negou qualquer relação entre o óbito e o surto de diarreia ocorrido no começo deste mês na unidade de saúde.
“O Hospital Maternidade de Campinas foi surpreendido, na tarde desta sexta-feira ao receber um auto de infração, emitido pelo Departamento de Vigilância em Saúde, por manter internados 31 bebês em sua UTI Neonatal, após a interdição de 20 leitos, ‘devido ao número insuficiente de profissionais para atendimento dos bebês’”, informa o texto. No último dia 16, 20 leitos da UTI Neonatal foram interditados pelo órgão por conta da falta de profissionais na unidade.
A maternidade ainda cita que a informação do óbito do terceiro bebê acabou relacionando o óbito da criança ao surto de diarreia, e afirma que o surto já tinha sido controlado. O hospital, entretanto, não informa a causa da morte, e destaca que por força de lei não pode dar detalhes sobre pacientes.
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