*Matéria atualizada às 17h38 do dia 30 de março de 2022
Dezenas de moradores da ocupação “Marielle Vive”, em Valinhos, fizeram um protesto em frente ao fórum da cidade no início da tarde desta quarta-feira (30). A manifestação foi pacífica e foi acompanhada pela GM (Guarda Municipal).
O ato começou por volta das 14h e durou cerca de duas horas. Com faixas, cartazes e bandeiras do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), o grupo é contra o fim da liminar que proíbe despejos de famílias na pandemia.
O prazo, que vencia nesta quinta (31), foi estendido pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, até o dia 30 de junho. A decisão foi tomada nesta quarta, ao mesmo tempo em que o ato acontecia na cidade.
“A expectativa era que o Barroso definisse para que a gente possa ter uma conquista. A gente quer que isso faça a gente atuar junto à prefeitura pela regularização das famílias na área”, diz a coordenadora da ocupação em Valinhos, Tassi Barreto.
REINTEGRAÇÃO DE POSSE
Em novembro de 2021, o TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo decidiu manter a reintegração de posse da ocupação “Marielle Vive”, depois que o recurso movido pelo advogado que defende as famílias foi negado.
Na ocasião, o MST também confirmou a manutenção da reintegração e alegou que um novo recurso seria feito. Dias depois, porém, o ministro Luis Roberto Barroso prorrogou os efeitos da decisão liminar sobre os despejos.
Segundo a coordenadora do “Marielle Vive”, Tassi Barreto, se a proibição cair no final de junho e a Justiça definir pela execução da sentença de reintegração, o grupo vai tentar garantias para a acomodação das famílias.
“Vai se iniciar um possível processo de negociação com a prefeitura para garantir os direitos sociais. E também haverá a busca pelo direito às condicionantes da decisão do Supremo. Entre eles, o reassentamento das famílias”, explica.
A OCUPAÇÃO
A ocupação existe desde 14 de abril de 2018. Antes da pandemia, chegou a abrigar 800 famílias. Atualmente, 1 mil pessoas moram no local. Entre eles, há ao menos 150 crianças.
A área com cerca de 1 mil hectares fica na Estrada do Jequitibá, em Valinhos. Os integrantes do movimento afirmam que, quando ocuparam a área, ela era improdutiva e deveria ser destinada à reforma agrária.
ATO EM CAMPINAS
Em Campinas, outro grupo composto por moradores das ocupações Joana d’Arc, Nelson Mandela e Luzitana também protestou em frente ao fórum, na Vila Mimosa.
A manifestação integra a mobilização nacional “Despejo Zero”, que promove uma série de protestos em todo o Brasil contra as remoções de famílias em terrenos e áreas ocupadas.