Campinas confirmou nesta semana a sétima morte causada pela febre maculosa nesse ano na cidade. A vítima foi um homem de 40 anos que teve os primeiros sintomas no dia 28 de agosto e morreu no dia 2 de setembro. Segundo a secretaria de Saúde, a vítima esteve nas margens do Rio Capivari e do Córrego São Vicente, na região do Jardim Nossa Senhora de Lourdes, região Sul de Campinas. No ano passado, a cidade confirmou 11 casos, com sete mortes.
A doença, é uma infecção grave, é transmitida pelo carrapato-estrela infectado e pode levar uma pessoa à morte se não tratada a tempo. A região de Campinas é área endêmica para a febre maculosa, segundo a própria Prefeitura.
A febre maculosa tem cura?
A febre maculosa tem cura, mas o tratamento precisa ser iniciado precocemente, logo depois da picada do inseto e primeiros sintomas, com o uso de antibióticos adequados. Sem informação adequada e com sintomas facilmente confundidos com outras doenças, risco de erro de diagnóstico é grande.
Passou por áreas de vegetação?
Caso a pessoa passe por áreas de vegetação, mato ou pastos que fiquem próximas de rios ou córregos, onde é comum a presença de cavalos e capivaras, deve ficar atenta por 15 dias aos sintomas da doença (febre, dor de cabeça, dor intensa no corpo, mal-estar generalizado, náuseas, vômitos e, em alguns casos, manchas vermelhas pelo corpo).
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Ao apresentar um destes sinais, a pessoa deve procurar imediatamente o serviço de saúde e informar que teve contato com o carrapato e/ou esteve com locais de risco, pois os sintomas podem ser confundidos com outras doenças febris agudas, como covid-19 e dengue.
Mas qual a diferença entre o carrapato comum e o carrapato-estrela?
Segundo o Ministério da Saúde, o carrapato-estrela ou micuim, infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii é o responsável pela transmissão da doença. O carrapato-estrela não é o carrapato comum, que encontramos geralmente em cachorros – a espécie Amblyomma cajennense, transmissora da doença, é também conhecido como “carrapato do cavalo”, por ser encontrado em animais de grande porte, como cavalos, bois e capivaras. Os carrapatos comuns são aqueles mais comuns e podem ser encontrados em cachorros e gatos.
Para identificar o tipo de carrapato encontrado, basta olhar para a forma do parasita. Enquanto os carrapatos-estrelas possuem uma espécie de “desenho” em formato de estrela em seu escudo, os comuns são arredondados nas cores marrom e cinza. Para facilitar, se encontrar, faça uma foto com o celular e amplie.
Outra diferença é que o carrapato-estrela é mais comum em áreas rurais, já os carrapatos comuns são encontrados no ambiente normal dos pets.
Vale lembrar que a febre maculosa é transmitida pela picada do carrapato e causada por bactéria do gênero Rickettsia. A doença não é passada diretamente entre pessoas pelo contato.
Qual o tempo para ter a transmissão?
Segundo o Ministério da Saúde, para haver transmissão da doença, o carrapato infectado precisa ficar pelo menos quatro horas fixado na pele das pessoas. Os carrapatos mais jovens e de menor tamanho são os mais perigosos, porque são mais difíceis de serem vistos. Não existe transmissão da doença de uma pessoa para outra.
Sintomas
Segundo o Ministério da Saúde, normalmente a doença se manifesta de forma repentina, com um conjunto de sintomas semelhantes aos de outras infecções: febre alta, dor na cabeça e no corpo, falta de apetite e desânimo. Em seguida é comum aparecerem pequenas manchas avermelhadas, que crescem e ficam salientes.
A diretora do Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde), de Campinas, Andrea von Zuben, informa que o principal sintoma da doença é a febre alta que pode ser confundida com outras enfermidades.
“Por isso é importante que o médico sempre pergunte ou que o paciente relate que esteve em área de vegetação com presença de carrapato ou capivara. Com esse histórico, o tratamento deve ser iniciado imediatamente”, reforça.
O quadro é agravado com náuseas e vômitos, diarreia e dor abdominal, dor muscular constante, inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés, gangrena nos dedos e orelhas. Nos casos mais graves, pode haver paralisia, começando nas pernas e subindo até os pulmões, o que pode causar parada respiratória.
Tratamento
Segundo o Ministério da Saúde, a febre maculosa tem cura desde que o tratamento com antibióticos específicos seja administrado nos primeiros dois ou três dias da infecção. O medicamento deve ser administrado assim que surgirem os primeiros sintomas, mesmo sem o diagnóstico confirmado, já que ele pode demorar. Segundo o Ministérios da Saúde, em determinados casos, pode ser necessária a internação da pessoa. A terapêutica é empregada por um período de 7 dias, devendo ser mantida por 3 dias, após o término da febre.
Atraso no diagnóstico e, consequentemente, no início do tratamento pode provocar complicações graves, como o comprometimento do sistema nervoso central, dos rins, dos pulmões, das lesões vasculares e levar ao óbito.