O Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) de Campinas, do MP (Ministério Público), deflagrou na manhã desta sexta-feira (10) uma operação que apura corrupção na Prefeitura de Sumaré.
Segundo a corporação, quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos hoje. A ação ocorre em parceria com o Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia) e teve como alvo o secretário municipal de governo de Sumaré, Welington Domingos Pereira.
Conhecido como Wellington da Farmácia, o secretário já foi vereador e presidente da Câmara de Sumaré. De acordo com o Gaeco, ele é investigado de ser responsável por um esquema de corrupção referente à cobrança de vantagens indevidas para liberação de empreendimentos imobiliários na cidade.
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Durante a manhã, quatro viaturas do Baep foram para a sede da Prefeitura, e policiais e promotores entraram no Paço Municipal.
Segundo a corporação, três mandados foram endereçados em imóveis do secretário e o outro na prefeitura. Nos endereços, foram encontrados dinheiro escondido em mochilas de crianças (leia aqui).
Em nota, a Prefeitura de Sumaré confirmou o cumprimento de mandados e diz que se compromete a adotar medidas para esclarecimento o mais breve possível.
VEJA A NOTA:
“A Prefeitura de Sumaré informa que foram realizadas diligências do Ministério Público em secretaria de atuação de servidor investigado. Compromete-se o Poder Público a adotar todas as medidas administrativas para aclaramento da situação o mais breve possível”.
A OPERAÇÃO
Operação, denominada ‘Tributo Oculto’ investiga a cobrança indevida para liberação de obras. Segundo o Gaeco, é apurado um esquema de corrupção envolvendo o agente público municipal referente à cobrança de vantagens indevidas para liberação de empreendimentos imobiliários na cidade.
Durante o cumprimento dos mandados, houve apreensão de diversos documentos, computadores, pen drives, aparelhos de telefone celular e cerca de R$ 157 mil em espécie.
“A investigação prossegue para identificação de eventuais outros casos de corrupção e eventual crime de lavagem e ocultação de bens. A operação recebeu a denominação de Tributo Oculto em alusão à cobrança ilegal feita a empresários para que obtivessem as autorizações necessárias para realização de seus empreendimentos imobiliários na cidade de Sumaré”, informou o Gaeco.
DEFESA
O advogado de defesa do secretário investigado, Ralph Tórtima S. Filho, se pronunciou sobre o caso. “Nós solicitamos acesso aos áudios para tomar conhecimento do que justificou este mandado de busca. A princípio, não temos mais informações. Pelo que soubemos, não foi encontrado nada na Prefeitura, nenhum documento. O mandado de busca restou negativo”, disse ele.
O advogado afirmou ainda que, com relação a questões comerciais, ocorreram apreensões que serão justificadas. “Inclusive, o dinheiro encontrado é resultado de um movimento comercial absolutamente compatível com a capacidade financeira dele”.
Ainda em relação ao montante, Tórtima disse que “não tem posição sobre a maneira como o dinheiro estava guardado”. O advogado disse também que “Wellington, a princípio, está muito tranquilo e disse que não tem nenhum problema, mas nós vamos nos inteirar e esclarecer o que for possível”.