O mês de maio foi um período de grandes contrastes no estado de São Paulo, em que começou com ‘calorão’ atípico e terminou com uma frente fria que derrubou temperaturas. Depois dessas sucessivas viradas no tempo, ficam as seguintes dúvidas: vai fazer em frio em junho? Tem previsão de ‘calorão’? Pode ter chuva?
O acidade on traz a previsão completa do boletim meteorológico do Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura) da Unicamp sobre como deve ficar o tempo no novo mês na região de Campinas.
Junho vai ser frio?
Junho é o primeiro mês do Inverno meteorológico, que é diferente do astronômico e já iniciou no último sábado (1º), compreendendo o trimestre fechado de junho a agosto. Juntamente com julho, este é considerado o mês mais frio do ano.
No entanto, a previsão mensal do Cepagri mantém a tendência que já persiste há vários meses de temperaturas acima da média para o período, com altíssima probabilidade. Essas médias mais elevadas também devem acontecer principalmente por conta da menor frequência da passagem de frentes frias ou da ocorrência desses sistemas com menos intensidade.
“Embora o fenômeno El Niño esteja se desconfigurando, e no decorrer do mês as chances sejam de que as temperaturas do Oceano Pacífico atinjam a faixa de ‘neutralidade’, ainda assim deverá manter uma influência residual nas temperaturas, favorecendo as médias mais elevadas, o que deverá ocorrer principalmente devido à menor frequência da passagem de frentes frias (ou pela influência limitada e menor impacto, como é o caso de frentes frias estacionárias ou de trajetória oceânica)”, explica o boletim.
No entanto, essa tendência é geral para o período como um todo, então não descarta episódios relativamente frios ou amenos, que podem ocorrer de forma esporádica e que são esperados para o mês. Mesmo assim, até o momento, os indícios são de que esses episódios de frio não devem ser tão expressivos e/ou tão duradouros.
Vai ter ‘calorão’?
O Cepagri aponta que a média das temperaturas na região de Campinas deverá ficar cerca de 1°C a 2°C acima do esperado, que é de 19°C, o que é considerada uma alteração expressiva.
Nas próximas semanas, o panorama de junho indica que praticamente todo o mês deverá manter temperaturas acima da média, principalmente na primeira quinzena. Não há indicativos de períodos de frio intenso ou prolongado.
Apesar da tendência de frio nesta época do ano, o Cepagri pontua que não são raras as ocorrências de temperaturas máximas na faixa de 27°C a 29°C no mês. Já registros acima de 30ºC são atípicos, em que a maior temperatura registrada pelo Cepagri em junho foi de 31°C, entre os dias 6 e 7 de junho de 1992.
Apesar disso, a menor temperatura de todos os registros do Cepagri ocorreu justamente em um mês de junho, no dia 27 de 1994, quando o termômetro marcou 0ºC.
E as chuvas?
Já em relação às chuvas, a tendência esperada é o contrário, em que há uma probabilidade (de 50% a 60%) de que o acumulado mensal de chuva ficará abaixo da média na região. A estimativa do Cepagri é de um volume cerca de 25 milímetros abaixo do valor de referência para o mês, que é de 45,4 mm.
Apesar disso, o centro de pesquisa reforça que não é possível determinar como (com que frequência e com que volumes) os eventos de chuva ocorrerão. A tendência para os meses seguintes é que a condição de chuvas abaixo da média, em relação aos acumulados mensais, persista.
O Cepagri destaca que a previsão geral para o mês busca descrever as características gerais do período em comparação com as médias de anos anteriores. Ou seja, não aponta para eventos específicos no período e não necessariamente determina como todo o mês deve ser.
Por exemplo, a previsão de temperaturas acima da média não exclui a possibilidade de episódios de dias frios, e a previsão de chuva abaixo da média não exclui a possibilidade de algum evento de chuva volumosa.
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