A escritora Cecília Maria do Amaral Prada morreu na madrugada do último sábado (2), em Campinas, por causas naturais. Nascida em Bragança Paulista, ela foi membra da Academia Campinense de Letras e a primeira mulher a vencer sozinha o Prêmio Esso, o reconhecimento mais importante dado a um profissional de imprensa no Brasil.
Ela se formou na primeira turma de Jornalismo da faculdade Cásper Líbero, em São Paulo, e trabalhou como jornalista em diversas redações, como Jornal do Brasil, O Globo, O Estado de São Paulo, IstoÉ, Problemas Brasileiros, Revista Visão, entre outros. Ao longo de sua vida, Cecília publicou 18 livros e sete peças.
Além de seus feitos na carreira profissional, a escritora também ficou marcada por ter sido a primeira esposa de Sérgio Paulo Rouanet, autor da Lei Rouanet.
Jornalista e escritora
Nascida em 23 de novembro de 1929, em Bragança Paulista, Cecília morou a maior parte de sua vida em São Paulo, com períodos passados no exterior, no Rio de Janeiro e em Campinas. Foi casada com o diplomata, filósofo, antropólogo, professor universitário, tradutor e ensaísta Sérgio Paulo Rouanet, responsável pela criação da Lei Federal de Incentivo à Cultura, popularmente conhecida como Lei Rouanet.
Ela se formou na primeira turma de Jornalismo da faculdade Cásper Líbero, e, simultaneamente, na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em Letras. Sua carreira iniciou-se aos 19 anos, em 1949 com a publicação de seu premiado conto “Ponto Morto” no jornal A Gazeta.
Ao longo de sua vida, publicou 18 livros, primariamente de contos e ensaios jornalísticos, traduziu 39 volumes do francês e inglês ao português e escreveu sete peças. Muito prolífica, escrevia todos os dias até o final de sua vida, e produziu mais de 1.000 páginas de diários críticos. Além do Prêmio Esso, com “O Caos na Sala de Jantar” foi reconhecida pela APCA, como autora revelação, e pelo Prêmio Governador do Estado de São Paulo. Com o livro de contos “As raízes predatórias” ficou em segundo lugar no Prêmio José Lins do Rego de Ficção de 1965.
Como jornalista, trabalhou em diversas redações, como Jornal do Brasil, O Globo, O Estado de São Paulo, IstoÉ, Problemas Brasileiros, Revista Visão, entre outros. Foi diretora da UBE (União Brasileira de Escritores) entre 1998 e 2000, e era membra da Academia Campineira de Letras e Artes e da Academia Campinense de Letras.
Mobilização social
Paralelamente à escrita, de 1951 a 1955 Cecília foi também professora de Português da rede estadual de São Paulo. Ela abandonou o magistério para entrar no Instituto Rio-Branco, escola diplomática do Brasil. Formou-se em 1957 e exerceu a profissão até 1958, quando, após casar-se com o também diplomata Sérgio Paulo Rouanet, foi forçada a abandonar a profissão. Pelo ato, que é considerado inconstitucional, Cecília lutou até o fim da sua vida em tribunais para conseguir justiça.
No começo dos anos 1960, Cecília, então morando com Sérgio Paulo nos Estados Unidos, esteve inserida na efervescente cena cultural nova-iorquina, presenciando mudanças estruturais que afetam a sociedade até os dias atuais. Como dramaturga, participou do grupo “Open Theatre.” Sua peça “Central Park Bench number 33, flight 207” estreou em 1964 no Judson Poets Theatre, considerado o mais importante centro teatral experimental da cidade.
Por sofrer com as limitações impostas a ela por conta de seu gênero, Cecília sempre levantou a bandeira feminista como lema de sua vida. Seu último livro “Sou Mulher, Logo Não Existo” é um romance autobiográfico que detalha as dificuldades enfrentadas por ela sendo uma mulher com aspirações à frente de seu tempo.
Últimos anos de vida de Cecília Maria do Amaral Prada
Nos últimos anos, Cecília integrou a equipe de pesquisadores do Instituto Hercule Florence, que tem sedes em São Paulo e Lisboa. Em 2023, ela foi homenageada pela FECAP (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado), fornecendo seu nome ao centro acadêmico da instituição. Cecilia deixa dois filhos, duas noras, três netos e um bisneto.
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