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CotidianoMP avalia se menino acorrentado em barril em Campinas irá para adoção

MP avalia se menino acorrentado em barril em Campinas irá para adoção

Garoto de 11 anos está em abrigo desde o dia 3 de fevereiro; na última semana, Justiça acolheu denúncia de tortura de casal e jovem feita pelo Ministério Público

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Garoto foi encontrado no dia 30 de janeiro (Foto: Reprodução/Polícia Militar) 

O MP (Ministério Público) de São Paulo disse nesta terça-feira (16) que avalia se o menino de 11 anos encontrado acorrentado a um barril em Campinas passará pelo processo de adoção após ser resgatado. O garoto está desde o dia 3 de fevereiro em um abrigo da cidade depois de ter alta do hospital e o caso, que gerou comoção nacional, segue em segredo de Justiça.

De acordo com o MP, as avaliações técnicas do fato ainda estão no início e é “muito cedo para saber se ele irá para adoção”. Na última sexta-feira (12), a Justiça acolheu a denúncia feita pelo Ministério contra o casal e a jovem de 22 anos acusados de torturar o menino. Eles foram presos em flagrante no dia 30 de janeiro, quando a Polícia Militar encontrou a vítima depois de ser acionada pelos vizinhos. Agora, estão presos preventivamente pelo crime.

O pai da criança, um auxiliar de serviços gerais de 31 anos, sua mulher, uma faxineira, de 39, e a filha dela, uma vendedora, estão presos em penitenciárias de Tremembé, conhecidas por manter em regime fechado casos conhecidos nacionalmente, como é o de Suzane von Richthofen.

Além da acusação de tortura, a promotora Adriana Vacare Tezine também denunciou o pai por abandono intelectual, já que ele não matriculou nem manteve o filho na escola durante o ano de 2020. O menino foi encontrado nu e com fome, acorrentado nos pés e nas mãos no barril. Ele foi levado para o hospital em um estado de desnutrição severa e a polícia suspeita que o menino estava nessa situação há pelo menos um mês.

Com a repercussão do caso, o menino recebeu diversas doações, incluindo bolsas de estudos internacionais e uma vaquinha online. Já na casa onde ele vivia, o laudo feito pelo Instituto de Criminalística de Campinas constatou que apesar do menino sofrer privação alimentar, havia fartura de alimentos no local além de estrutura adequada para uma criança. Segundo o garoto afirmou aos policias, ele foi colocado no tambor por ter pegado comida sem autorização dos pais. 

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CONSELHO

O caso de violência extrema chamou a atenção para a atuação do Conselho Tutelar em Campinas. Dados levantados a pedido do ACidade ON Campinas ao órgão mostram que os atendimentos feitos pelo Conselho Tutelar Sul, que atua na região onde o menino morava, caíram 64,6% no ano passado (leia mais aqui).

De uma forma geral, na cidade toda, a atuação do Conselho Tutelar também reduziu 55,9% em 2020. Com a repercussão, a Ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, veio a cidade e destacou a importância da reorganização da estrutura territorial do Conselho Tutelar;

A Prefeitura de Campinas também está investigando as instituições conveniadas para apurar eventuais falhas e omissões dos serviços públicos municipais e o MP solicitou ao Conselho uma revisão de todos os casos em andamento e que se encontram sem comunicação dos demais serviços da rede de proteção há mais de três meses.

Dois dias pós o resgate, o Conselho Tutelar divulgou uma nota negando que sabia da violência imposta à criança, mas admitiu que acompanhava a família.

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