A auxiliar de limpeza de 54 anos que foi presa ontem, em Campinas, por injúria racial, após xingar um motorista de ônibus de ‘macaco’, foi solta na tarde desta segunda-feira (13). Segundo a polícia, ela vai responder em liberdade. A mulher nega o crime, mas, caso seja condenada, poderá pegar 5 anos de prisão. A liberdade provisória foi concedida à Maria Eunice Rocha sob duas condições: que ela comunique à Justiça caso mude de endereço e que compareça em todos os atos do processo.
Segundo a investigação, a mulher teria chamado o motorista de ‘macaco’. Ela foi presa em flagrante pela Guarda Municipal após ter sido rendida por passageiros do ônibus que ficaram indignados com a atitude da auxiliar.
O motorista Flávio Faustino de Oliveira disse em entrevista à EPTV Campinas, que esta é a segunda vez, em oito meses, que ele sofre um episódio injúria racial no trabalho – leia mais abaixo.
“A gente se sente muito triste, porque a gente sai de casa no domingo, deixa a família em casa. Poderia estar em casa com a família para vir trabalhar, atender a população, e acaba passando por esse tipo de coisa. Para a gente que é de cor, a gente se sente bem para baixo, bem no chão”, afirmou o motorista.
Mas, o que aconteceu?
Ontem, ele conduzia o ônibus que faz a linha 385 – Terminal Iguatemi – e seguia pela Avenida Dr. Moraes Sales, próximo ao Viaduto São Paulo (popularmente conhecido como Laurão), quando a acusada deu sinal para descer, segundo nota da SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública).
O motorista, então, a informou que ele só poderia parar no próximo ponto, já que o que ela queria já teria passado. Ao chegar ao ponto, a mulher, que estava exaltada, o xingou. As pessoas que estavam no veículo desceram, assim como o motorista, e conseguiram abordar e segurar a passageira. Ela foi encaminhada até o 1º Distrito Policial, no Botafogo, e acabou autuada em flagrante.
O caso gerou confusão com outros passageiros. “Todos nós ficamos indignados. Todo mundo desceu do ônibus, e tinha gente já brava com ela. Eu falei: ‘ninguém vai filmar, ninguém vai agredir. Deixa que a polícia já chega’”, afirmou o cabeleireiro Rogério Cunha, que presenciou o tumulto.
Outras situações
Em fevereiro, Faustino trabalhava como motorista de caminhão. Trafegava por Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, quando teria recebido xingamentos de um homem. O caso foi registrado como injúria com agravante racial – mesmo crime registrado em Campinas, cidade onde Faustino mora.
Segundo o boletim de ocorrência, registrado na época, Faustino buzinou para o outro motorista pedindo passagem. Mas, o agressor o emparelhou com o carro, fazendo gestos obscenos e o chamando de “neguinho”. Ainda de acordo com o B.O., a vítima afirmou ter ignorado, mas ele continuou com a agressão. Faustino, então, teria parado em um posto de combustíveis em Itapevi, onde houve agressão física entre ambos. Na confusão, a mulher do agressor chegou a espirrar um spray de pimenta em Faustino, tentando contê-lo.
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