O número de medidas protetivas concedidas às mulheres vítimas de violência doméstica cresceu 9% de janeiro a julho de 2022, em comparação com o mesmo período do ano passado, em Campinas. Dados do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo apontam para 1.013 ações concedidas nos sete primeiros meses deste ano, contra 928 do mesmo período em 2021.
Na região de Campinas, Indaiatuba também registrou alta. Segundo o levantamento, foram concedidas 286 medidas protetivas de janeiro a julho deste ano, o que representa um aumento de 0,7% em comparação com o mesmo período do ano passado. A cidade de Piracicaba lidera o ranking, com aumento de 32,5%, indo de 346 para 261 casos.
“A gente entende que mais mulheres estão sendo vítimas de violência. Porém, mais mulheres estão se fortalecendo e procurando ajuda. Ir até à delegacia para solicitar uma medida protetiva já é um grande avanço, porque muitas mulheres sofrem caladas”, afirma Fabiana Menegon de Campos, coordenadora do Centro de Referência à Mulher de Piracicaba.
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Os registros são um resultado importante no combate à violência, mas que não pode ficar somente no papel. “Quando a mulher já tem uma medida protetiva e ela é descumprida, a importância dela notificar, informar e registrar outro boletim de ocorrência de descumprimento para que, só assim, essa violência cesse e esse agressor, de fato, seja penalizado”, completa Menegon.
As denúncias de violência contra a mulher podem ser feitas pelo telefone 181 de forma anônima. As mulheres vítimas de violência também podem procurar ajuda e orientações sobre como pedir a medida protetiva nos centros de referência de atendimento e apoio à mulher. Em Campinas, o atendimento é realizado pelo Ceamo através do telefone 3236-3619.
“Tem, sim, que abrir a medida protetiva, tem que ir atrás das autoridades, tem que colocar a boca no trombone. E eu sei que terão novas vítimas depois de mim ainda, se a justiça não fizer nada”, afirma a vítima de um casamento agressivo que conseguiu uma medida protetiva e prefere ser identificada como C.Z.C.
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