Moradores do estado de São Paulo que forem picados por algum animal peçonhento podem conseguir ajuda com mais facilidade. A secretaria de Estado da Saúde lançou nesta semana uma ferramenta online que facilita a localização dos 220 pontos de atendimento soroterápico para vítimas de escorpião, aranha, serpente e lagartas. Ela pode ser acessada aqui.
Chamada de Mapa Interativo, a ferramenta foi desenvolvida pelo CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica) e fornece as informações necessárias para buscar ajuda em emergências. O recurso é ainda mais importante no período quente e chuvoso, época em que este tipo de acidente mais acontece, já que há condições climáticas propícias para a reprodução dos animais.
De acordo com a Divisão de Zoonoses do CVE, até 16 de janeiro deste ano, foram registrados 472 casos, sendo 317 envolvendo escorpiões e os demais por animais como aranha-marrom, aranha-armadeira e serpentes.
Para que serve o Mapa Interativo?
Além de facilitar a localização dos pontos de distribuição de soro no estado de SP, o Mapa Interativo também busca diminuir o tempo entre o acidente com animal peçonhento e o tratamento.
Isso porque ele possibilita que a vítima seja levada imediatamente ao serviço de saúde mais próximo e receba o tratamento adequado em um menor intervalo de tempo, ou seja, de forma mais rápida. Para conferir a ferramenta, basta acessar este endereço.
O que fazer se for picado por animal peçonhento?
Com o apoio da ferramenta do Mapa interativo, a busca por ajuda neste tipo de acidente acaba sendo facilitada, mas há outras medidas que podem ser tomadas.
Veja o que fazer se for picado por animal peçonhento:
- Levar a vítima imediatamente ao serviço de saúde mais próximo para que possa receber o tratamento adequado em tempo. O endereço do local mais próximo pode ser conferido por meio do Mapa Interativo;
- Lavar o local da picada com água e sabão;
- Não fazer torniquete ou garrote;
- Não furar, cortar, queimar, espremer ou fazer sucção no local da ferida;
- Não aplicar folhas, pó de café ou terra (pode provocar infecções);
- Não ingerir bebida alcoólica, querosene ou fumo, como é costume em algumas regiões do país;
- Se não oferecer risco, colocar o animal em frasco tampado ou fotografá-lo para facilitar a identificação e tratamento adequado.
Cuidados com crianças
A médica veterinária do CVE, Gisele Freitas, faz um alerta para a importância dos cuidados com crianças diante dos acidentes com animal peçonhento. Crianças de até 10 anos precisam receber o soro antiescorpiônico em até 1h30 após terem sido picadas por escorpião, por exemplo.
“Se uma criança saudável começar a chorar intensamente e aparentar muita dor, é necessário pensar em acidente com escorpião e procurar atendimento médico imediatamente”, alerta a especialista.
Dicas para prevenir acidentes com animal peçonhento
- Usar calçados e luvas nas atividades rurais e de jardinagem;
- Examinar calçados, roupas pessoais, de cama e banho, antes de usá-las;
- Afastar camas e berços das paredes e evitar pendurar roupas fora de armários;
- Não acumular entulhos e materiais de construção;
- Limpar regularmente móveis, cortinas, quadros, cantos de parede;
- Vedar ralos, frestas e buracos em muros, paredes, assoalhos, forros e rodapés;
- Evitar plantas tipo trepadeiras e bananeiras junto às casas e manter a grama sempre cortada;
- No amanhecer e no entardecer, evitar a aproximação da vegetação muito próxima ao chão, gramados ou até mesmo jardins, pois é nesse momento que serpentes estão em maior atividade;
- Não mexer em colmeias e vespeiros. Caso estejam em áreas de risco de acidente, contatar a autoridade local para a remoção.
Casos de picada por animal peçonhento em São Paulo
Em 2023, o estado de São Paulo registrou 70.800 acidentes notificados com animais peçonhentos e 23 óbitos, sendo que 444 acidentes ocorreram na capital, segundo publicação do governo de SP.
Os municípios com mais registros foram:
- Araçatuba (7.340 casos)
- São José do Rio Preto (6.753 casos)
- Ribeirão Preto (4.174 casos)
“Fatores como o aumento da urbanização, desmatamento, turismo ecológico e alterações climáticas podem estar relacionados ao crescimento de casos. O aumento da oferta de detritos alimentares proporciona um ambiente ideal para a proliferação de roedores e baratas, que por sua vez possibilita aumento do número de serpentes, escorpiões e aranhas em convívio mais próximo com o ser humano”, explica Gisele Freitas.
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