A quantidade de cesáreas feitas na região de Campinas subiu no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Dos 8.083 partos realizados nos três primeiros meses de 2023, 54% foram cesáreas. Já em 2024, dos 6.530 nascimentos, 58% foram cirúrgicos.
O médico Elias Ferreira de Melo Junior, presidente da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) explica que a proposta da OMS (Organização Mundial de Saúde) é de que 100% das cesareanas sejam bem indicadas, ou seja que “tenham uma indicação médica bem consolidada“.
Ainda de acordo com o especialista, “um pedido da paciente que quer ter uma cesarea é um pedido legítimo, desde que, o prestador do serviço médico esclareça os prós e os contras, porque toda decisão tem vantagens e desvantagens”.
A vontade da mãe – optando pelo parto normal ou cesárea – sempre prevalece desde que não haja perigo de perder a vida dela ou do bebê.
“Nas primeiras consultas de pré-natal, o CFM (Conselho Federal de Medicina) orienta que médico e paciente discutam de forma exaustiva sobre benefícios e riscos tanto do parto vaginal quanto da cesariana, bem como sobre o direito de escolha da via de parto pela gestante”.
Para o pediatra Sidnei Ferreira, “a escolha do tipo de parto como decisão conjunta médico/ gestante é bem-vinda, devendo ser respeitado o desejo da mulher. Entretanto, não se pode perder de vista que o mais importante é preservar a saúde e a vida da mãe e do concepto”.
A professora Gabriela Avona teve duas gestações desejando o parto normal. Em ambas, entrou em trabalho e ficou horas esperando a chegada dos filhos. “Depois de uma progressão de sete centímetros, o batimento do coração (do bebê) cansou, deu uma desacelerada, e a gente precisou intervir pra que ele viesse ao mundo da maneira saudável e segura“, lembra.
Na primeira vez, ela cedeu depois de dez horas de dor, e na segunda teve que ceder por recomendação médica, após treze horas de tentativa.
Raissa Speciani tem dois filhos. No primeiro parto, ela optou pelo normal, mas fez cesárea depois de nove horas de dor. Já no segundo filho, suportou o desconforto para da à luz da forma que sonhou, mas, na terceira vez, precisou mesmo da operação por orientação médica. Agora, está gravida de novo, e ainda não sabe como será o parto. “Minhas três experiências foram muito positivas”, informa.
Com informações de Gustavo Biano/ EPTV Campinas
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