Campinas pode ter chuvas intensas e tempestades de até 50 milímetros, com chance de queda de granizo e de ventos de até 60 km/h, segundo um alerta emitido pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). O aviso de “perigo potencial” para a cidade é válido até às 10h desta terça-feira (3). Para o resto do mês, além de chuvas, existe a possibilidade de calor extremo (leia abaixo).
Apesar de mapear o município em uma área de risco juntamente com outras regiões do estado de São Paulo, o instituto não prevê grandes chances de estragos. “Chuva entre 20 e 30 mm/h ou até 50 mm/dia, ventos intensos (40-60 km/h), e queda de granizo. Baixo risco de corte de energia elétrica, estragos em plantações, queda de galhos de árvores e de alagamentos”, afirma o Inmet.
Próximas duas semanas
O órgão também divulgou a previsão estendida até o dia 17 de outubro. Para os próximos sete dias, segundo o comunicado, o tempo seguirá instável em grande parte da região Sudeste. Além disso, até o próximo dia 9, “o avanço de dois sistemas frontais favorecerá a ocorrência de grandes volumes de chuva, principalmente, no sul de São Paulo, com valores superiores a 80 mm”.
Depois, entre 10 e 17 de outubro, “há previsão de pancadas de chuva e baixos acumulados, que não devem ultrapassar 50 mm”. Já em áreas do leste do Sudeste, os volumes poderão ser maiores que 50 mm. Neste caso, porém, devem afetar o litoral de São Paulo, o Rio de Janeiro e também o sul de Minas Gerais.
Calor acima da média
Após bater o recorde de temperatura mais alta do ano, com 38,3°C, durante a onda de calor no final de setembro e abrir outubro com chuvas, céu encoberto e índices amenos, Campinas deve ter mudança no tempo a partir desta terça-feira, quando o céu deve ter maior variação e as chances de chuva caem ao longo do dia. Depois disso, o tempo quente deve prevalecer no resto do mês, assim como em todo o Brasil.
A elevação das temperaturas começa a ser percebida entre terça e quarta-feira (4), quando as temperaturas mínima e máxima saem de 18°C e 27°C para 19°C e 30°C, respectivamente. Na quarta, inclusive, o Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura) da Unicamp prevê sol com nuvens e pancadas de chuvas à tarde, devido à aproximação de uma frente fria.
Apesar da chegada de uma massa de ar frio nesta semana, Campinas e região não devem ter queda acentuada nas temperaturas, mas podem registrar chuvas até sexta-feira (6). Segundo a Climatempo, diferente de setembro, outubro é historicamente um mês de temperaturas mais altas, e é possível que a onda de calor recorde que aconteceu na primavera de 2020 volte a se repetir em 2023.
A entidade aponta que São Paulo deve ter temperaturas de 2°C a 3°C acima da média normal em outubro. Com isso, os termômetros nas cidades paulistas devem marcar entre 18°C e 26°C, acima das médias para o mês, de 16°C e 24°C.
El Niño no Brasil
A onda de calor extremo em pleno fim de Inverno e início de Primavera pegou muita gente de surpresa. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia, 2023 teve o mês de setembro mais quente dos últimos 80 anos. E, com a chegada de outubro, o calor deve persistir, junto às chuvas no Sul.
Por todo o Brasil, deve haver certa instabilidade no ciclo de chuvas. “Vai ser comum termos períodos de três a cinco dias praticamente sem nenhuma chuva, que é um reflexo dessa irregularidade, dessa mudança da circulação de ventos causada pelo El Niño”, diz Vinícius Lucyrio, meteorologista da Climatempo.
O El Niño é um fenômeno provocado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico próximo à linha do Equador. Apesar dessa elevação de temperatura ser comum nesta época do ano, pela maior incidência de raios solares na região (dada a posição da terra em relação ao Sol), o fenômeno – assim como seus efeitos – é intensificado pelas mudanças climáticas.
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