Uma confusão que começou em um hospital público de Serra Negra terminou na delegacia nesta sexta-feira (26). Pais de uma criança de 3 anos ficaram revoltados após um pediatra ter supostamente se recusado a atendê-la no Hospital Santa Rosa, a Santa Casa da cidade. Segundo os responsáveis, o profissional teria recusado o atendimento porque a menina estava fazendo muito barulho na recepção – veja abaixo.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, o médica fala que o fato de a criança estar correndo na sala de espera estava atrapalhando outro atendimento. “Eu pedi pra ela parar de correr, o barulho…Porque o barulho me atrapalha principalmente na hora da ausculta”, diz o profissional no vídeo.
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Durante a discussão com os pais, o médico diz que se a criança não está com febre, então, não se trata de uma emergência e ele não irá atendê-lá. “O que que é o caso dela? Se não for emergência eu não vou atender ela. Ainda mais me tratando sem educação, eu não vou atender se não for uma emergência. Ela tem febre?”, continua o profissional.
Após a confussão, os pais deixaram a unidade de saúde sem conseguir uma consulta para a filha que estava com tosse e tinha registrado febre no dia anterior. Na sequência, outros médicos, entre eles um clínico geral, se ofereceu para atender a criança. Contudo, os pais decidiram ir embora e registraram um boletim de ocorrência na delegacia.
O OUTRO LADO
A Prefeitura de Serra Negra informou que fez contato com a Santa Casa sobre esse caso e que a instituição esclareceu a situação pelas redes sociais. No comunicado, o Hospital Santa Rosa defendeu a postura do profissional e alegou que o silêncio é de extrema importância dentro da unidade para que o médico seja capaz de fazer o atendimento.
Disse, ainda, que os pais agiram de forma intimidadora, por isso o pediatra orientou que a criança fosse atendida por outro profissional. Leia a nota na íntegra abaixo:
“O Hospital Santa Rosa de Lima, esclarece sobre o vídeo veiculado em redes sociais, sobre o atendimento do médico Dr. Lucas no PSI do HSRL.
É de suma importância o silêncio dentro de unidades de saúde para que assim, os profissionais possam realizar seu trabalho de forma correta ao ouvir as queixas assintomáticos de pacientes, exames físicos, anamnese, histórico pregresso entre outros.
Quando o profissional solicitou para que a genitora da criança segurasse a mesma no colo, para que o médico finalizasse o atendimento anterior, visto que, devido ao barulho das brincadeiras de correr e gritar da criança, estava naquele momento, dificultando ausculta e concentração do atendimento.
Dr. Lucas estava em um atendimento, era necessário um grau elevado de silêncio e concentração no momento para um diagnóstico assertivo nesta situação.
A genitora entendeu que a conduta médica ao solicitar silêncio seria uma ofensa, já que a mesma teria dificuldade de pegar a criança no colo.
Considerando que um atendimento médico para com o paciente se dá em uma relação de ética e confiança, neste caso acabou se rompendo com os ânimos alterados. Após alteração de ânimos a genitora evadiu-se, retornando depois com o genitor agindo de maneira descordeal e intimidadora.
Diante da estabilidade da paciente (genitora alega em vídeo que criança não apresentava febre), o médico orientou que a criança fosse atendida por outro profissional médico, por se sentir intimidado e desrespeitado pelos genitores da criança.
Todavia, o Hospital Santa Rosa de Lima está apurando as atitudes de todos os indivíduos, sempre com o compromisso de atuar dentro da ética médica, e trabalhar pela excelência no serviço de prestação de saúde.
Após conclusão de apuração dos fatos, será encaminhado novo posicionamento”.
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