A Prefeitura de Campinas começou nesta sexta-feira (21) uma força-tarefa para localizar crianças sem a vacina contra a paralisia infantil, causada pela doença poliomielite, a pólio. De acordo com o Ministério da Saúde, Campinas está na lista de cidades com alto risco de retorno da doença.
Segundo a Administração, agentes de saúde começaram a ligar e mandar mensagem por celular para pais de crianças que constam no cadastro que ainda não se vacinaram. Além disso, a partir de hoje, os agentes também devem ir pessoalmente às casas para fazer a busca ativa.
Nesse caso, cada agente de saúde ficará responsável por um número de crianças e deverá buscar informações de como está a situação vacinal e porque a criança ainda não tomou o imunizante. Essa ação foi chamada de “Adote uma carteirinha”, para incentivar a vacinação contra a poliomielite.
Essas ações estão sendo adotadas por conta da baixa cobertura vacinal em Campinas. De acordo com a secretaria de Saúde, até o momento, pouco mais da metade das crianças compareceram aos centros de saúde. A meta considerada ideal é de 95% de cobertura vacinal do público estimado e foi atingida pela última vez em 2018 em Campinas – veja mais abaixo.
A CAMPANHA
A campanha de vacinação iniciada em agosto está prorrogada até dia 31 de outubro. Além da busca ativa de crianças, também serão desenvolvidas ações conjuntas com o consultório na rua para garantir as vacinas para pessoas em situação de rua.
Foi implantada ainda a padronização e ampliação do horário das salas de vacina e, em parceria com as secretarias municipal e estadual de educação está sendo realizada a vacinação nas escolas com o objetivo de atualizar as carteiras dos estudantes.
De acordo com a diretora do Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde), Andrea von Zuben, a preocupação com a reintrodução do vírus existe porque Campinas é uma cidade com fluxo de pessoas de diversas regiões do mundo, por meio do Aeroporto Internacional de Viracopos e da extensa malha rodoviária que passa pela região, e também porque a Região Metropolitana de Campinas é considerada polo industrial, comercial, universitário e de pesquisa.
COMO SÃO AS VACINAS
Existem duas vacinas contra a paralisia disponíveis na rotina: a vacina inativada poliomielite (VIP), que é injetável; e a vacina oral poliomielite (VOP). O PNI (Programa Nacional de Imunizações) recomenda a vacinação de crianças entre 2 meses e 4 anos.
O calendário nacional de vacinação estabelece três doses de vip, administradas aos 2, 4 e 6 meses de idade, e mais dois reforços com vop, aos 15 meses e aos 4 anos.
PARALISIA INFANTIL
A paralisia infantil é uma doença contagiosa aguda causada por um vírus que vive no intestino, chamado poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas infectadas. Nos casos graves, em que acontecem as paralisias musculares, os membros inferiores são os mais atingidos.
A transmissão ocorre por contato direto pessoa a pessoa, pela via fecal-oral (mais frequentemente), por objetos, alimentos e água contaminados com fezes de doentes ou portadores, ou pela via oral-oral, por meio de gotículas de secreções liberadas ao falar, tossir ou espirrar.
O último caso de paralisia infantil no Brasil foi registrado em 1989. Em 1994, foi certificada a erradicação da doença nas Américas.