O trabalho de remoção dos itens pessoais das 62 vítimas da queda do avião em Vinhedo foi interrompido na tarde desta segunda-feira (12), após novo material genético ser encontrado no terreno onde a aeronave caiu. Segundo a Polícia Científica, o “remanescente humano” será fotografado, coletado e encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal) Central de São Paulo para ajudar nos trabalhos de identificação das vítimas.
Todos os 62 corpos foram retirados do local do acidente no último sábado (10) e encaminhados ao IML Central na capital paulista.
Até o momento, 27 corpos foram identificados e 12 liberados aos familiares, que são os primeiros a serem comunicados sobre o andamento do trabalho de reconhecimento. Outros três corpos estão com as declarações de óbito finalizadas, em processo de liberação às famílias.
Como o material genético foi localizado?
A Defesa Civil de Vinhedo informou que a interrupção foi determinada pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), que havia finalizado no início da manhã a ação inicial de investigação e remoção de partes da aeronave.
Durante os trabalhos, com a localização do material genético, viaturas do Corpo de Bombeiros e da Polícia Científica foram acionadas para retornar ao local.
“Toda vez que eles forem mexer no cenário e perceberem algum material genético, para [interrompe o trabalho], a Polícia Científica vem e recolhe”, disse o diretor da Defesa Civil Maurício Barone.
Junto com a seguradora, a Voepass havia assumido a área da queda do avião nesta segunda para realizar uma varredura dos pertences das vítimas. Porém, o trabalho de todos os objetos pessoais, bem como a remoção total dos destroços do avião, que também será realizado pela companhia aérea, só deve acontecer depois do fim do trabalho da Polícia Científica.
Os pertences pessoais dos 58 passageiros e quatro tripulantes mortos no maior desastre aéreo do país desde 2007 também vão passar por análise da Polícia Civil, que, com a Polícia Federal, atua na investigação do acidente, informou a Defesa Civil de Vinhedo.
Recolhimento de material genético
Mais de 40 famílias de vítimas foram acolhidas no Instituto Oscar Freire, em São Paulo. O espaço fica próximo à unidade do IML Central. Os parentes diretos forneceram informações que subsidiaram o trabalho do IML e material biológico. Equipes da Defesa Civil auxiliaram no acolhimento.
Outros 17 familiares de vítimas foram atendidos em Cascavel (PR) e tiveram a documentação remetida à capital paulista.
Como estão as investigações do acidente de avião em Vinhedo?
Neste domingo (11), investigadores recuperaram a caixa-preta do avião, que contém gravações de voz e dados de voo, e um relatório preliminar deve ser apresentado em 30 dias, informou o chefe do Cenipa.
O próximo passo será a análise dos dados extraídos, quando as equipes vão se debruçar sobre as atividades do voo, o “ambiente operacional e os fatores humanos”. O Cenipa ainda vai fazer um estudo pormenorizado de componentes, equipamentos, sistemas e infraestrutura do avião que caiu na última sexta-feira (9).
As investigações ainda estão no começo. Novos dados, principalmente das caixas pretas, podem mudar o rumo das apurações. Mas, por enquanto, as hipóteses principais são:
- Por algum motivo técnico, pilotos não perceberam o acúmulo de gelo e seguiram voando na mesma altitude até perder a sustentação.
- Pilotos perceberam o acúmulo de gelo, mas os procedimentos seguidos não eliminaram esse gelo e o avião perdeu sustentação.
- Além da questão do gelo, também pode ter havido algo relacionado ao dano estrutural que os mecânicos detectaram em março.
O que diz a Voepass sobre o acidente do avião em Vinhedo
Em nota divulgada no sábado (10), a Voepass disse que a aeronave estava “aeronavegável, com todos os sistemas requeridos em funcionamento, cumprindo todos os requisitos e exigências estipulados pelas autoridades e legislação setorial vigente”.
“Neste momento, o foco da Voepass é proporcionar acolhimento e conforto às famílias das vítimas, que passam por um momento de dor e pesar. Estamos realizando todos os esforços logísticos e operacionais para que as famílias tenham em nossa equipe um apoio efetivo não só para suas necessidades de transporte, hospedagem, alimentação, mas, principalmente, de consolo e apoio emocional”, finalizou.
*Com informações de Tiago Américo/EPTV Campinas
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