A RMC (Região Metropolitana de Campinas) irá realizar um mapeamento genético em sua população de quase 3,5 milhões de pessoas para aperfeiçoar o tratamento de doenças e cuidados da saúde individual. O projeto intitulado “Gen-t do Brasil” é desenvolvido pela geneticista Lygia da Veiga Pereira e foi apresentado em uma reunião do Conselho de Desenvolvimento da RMC nesta semana.
De acordo com a proposta, a ideia é criar um enorme banco de dados genéticos para melhorar a prevenção e o diagnóstico de doenças que acometem a população metropolitana. A iniciativa é inédita no país. Ao todo, a RMC é composta por 20 municípios e Vinhedo foi a primeira cidade a formalizar a parceria.
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O ESTUDO
Segundo Lygia, ao mapear os genomas, é possível detectar predisposições a algumas doenças e, com isso, administrar de forma mais precisa tratamentos e medicamentos. “Conhecendo os genomas da população, a predisposição genética, poderemos desenvolver terapias mais eficientes e eficazes, uma medicina de precisão”, aponta a geneticista.
O projeto vem sendo desenvolvido por uma startup criada pela geneticista e pesquisadora Lygia da Veiga Pereira, que também é Ph.D e pesquisadora da USP, e desenvolveu a primeira linhagem de células-tronco no Brasil.
“O projeto surgiu após duas observações: a primeira, de como o conhecimento do genoma de populações é importante para melhorar o manejo da saúde individual. Utilizando os dados de DNA de cada pessoa, suas pré-disposições a doenças e resposta a medicamentos, podemos acelerar o processo de inovação na área de farma e biotecnologia”, explicou Lygia.
PARTICIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS
A proposta foi levada aos prefeitos dos 20 municípios da RMC após um primeiro encontro entre a geneticista e sua equipe, com o diretor-executivo da Agemcamp (Agência Metropolitana de Campinas), Benjamim Bill Vieira de Souza.
“Em Campinas, já estamos em estudos para aderir ao projeto, vai ser muito importante”, afirmou o prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos).
A pesquisadora explica que a RMC foi a primeira região metropolitana a manifestar interesse pelo projeto. “Começamos o trabalho nos municípios com parcerias em clínicas particulares, dando início ao recrutamento de voluntários. E nos demos conta que para as prefeituras seria muito importante, porque a gente traz uma série de benefícios aos moradores, uma vez que recuperamos todo o histórico de atendimento dessa pessoa na área da saúde, fazemos um check-up gratuito para conhecer o estado de saúde atual e uma série de outros exames”, afirma Lygia.
DESCOBERTAS E REMÉDIOS
Ainda segundo a pesquisadora, todas as informações vão abastecer uma grande plataforma de pesquisa, que poderá ser usada pela indústria para novas descobertas e inovações em novos medicamentos.
“Na parceria com os municípios, nós levaremos esse trabalho de coleta para dentro das Unidades Básicas de Saúde, beneficiando pessoas que não podem pagar por uma clínica privada”, finaliza a geneticista.
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