Por Ítalo Lo Re
Os roubos cresceram 14,9% em abril no Estado de São Paulo na comparação com o mesmo mês do ano passado. Já os furtos subiram 37,8% no período, segundo dados da SSP (secretaria de Segurança Pública). O cenário mantém a tendência de alta apresentada no 1º trimestre deste ano, mas os indicadores seguem abaixo ou em patamar similar aos números apresentados no período pré-pandemia.
Dados divulgados pela SSP nesta quarta-feira (25) indicam que houve 19.215 registros de roubo no Estado em abril, ante 16.722 no mesmo período do ano passado – alta de 14,9%. No mesmo mês de 2019, foram 20.780 registros, total 7,53% maior do que o índice deste ano.
As ocorrências de furto, por sua vez, passaram de 32.479, no ano passado, para 44.760, em 2022 – crescimento de 37,8%. Em abril de 2019, último ano pré-pandemia, o índice estava em 44.604, praticamente o mesmo patamar de atualmente. O comportamento do crime no 1º semestre de 2021 foi influenciado pela piora da pandemia, quando foram retomadas restrições ao isolamento social Esse é um dos pontos que ajudam a explicar o aumento porcentual dos crimes.
Ainda assim, a alta na recorrência dos crimes neste ano tem preocupado a população – moradores da capital paulista têm até mesmo adotado celulares reservas para diminuir o risco de prejuízos após os roubos dos aparelhos. Diante desse cenário, o governo de São Paulo trocou os comandos das polícias Civil e Militar e lançou neste mês a Operação Sufoco, para coibir crimes contra o patrimônio.
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“Bandido que levantar a arma para a polícia vai levar bala”, disse o governador Rodrigo Garcia (PSDB) no lançamento da operação. Pré-candidato à reeleição, Garcia tem como um dos adversários o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que tem como bandeira a postura “linha dura” contra bandidos.
Na comparação com 2021, houve aumento de 3,5% no número de vítimas de homicídio em abril deste ano, que foram de 229 para 237, e de 23% nos registros de latrocínios durante o período, que subiram de 13 para 16. No mesmo mês de 2019, foram 262 vítimas de homicídio (número 9,5% superior ao atual) e 16 ocorrências de latrocínio – mesmo patamar de hoje.
No fim do mês passado, um estudante de 20 anos foi morto em um latrocínio no Jabaquara, zona sul paulistana, cometido por um falso entregador de delivery. O crime chamou atenção para a gravidade de problemas de segurança pública no Estado.
“Crimes de roubo estão muito perto de virarem latrocínio. Eles (assaltantes) já têm o armamento, a intenção, e vai ter a vítima, a parte mais frágil desse crime de roubo”, declarou o novo chefe da PM, coronel Ronaldo Vieira, durante cerimônia de posse neste mês.
CAPITAL PAULISTA
Na capital paulista, os roubos cresceram 17,5% em abril deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado: o indicador foi de 9,4 mil para 11 mil. No mesmo mês em 2019, foram 11,1 mil ocorrências, patamar similar ao de agora.
Enquanto isso, os furtos subiram de 11,9 mil, no ano passado, para 18,4 mil, neste ano. Os números representam alta de 54,8%. Ainda assim, na comparação com 2019, o patamar é semelhante ao de agora – foram 18,7 mil registros na ocasião.
Levantamento feito pelo Estadão com base em dados da Secretaria de Segurança Pública aponta que os roubos cresceram mais nas áreas centrais e bairros nobres da cidade de São Paulo no 1º trimestre. Na comparação com o mesmo período de 2021, o registro do crime nesses locais mais do que dobrou em Campos Elísios, Consolação, Itaim Bibi e Pinheiros.
Embora a capital seja o foco da resposta do governo, parte das cidades da região metropolitana, do litoral e do interior têm taxas de aumento de roubos no 1º trimestre até maiores do que São Paulo.