A Secretaria de Saúde de Campinas identificou “fatores de risco” para a dengue, destacando características específicas da cidade, como o intenso fluxo de pessoas e o clima quente e abafado. Até o momento, a cidade registra 10.293 casos confirmados e três mortes pela doença, com previsão de piora nos índices em 2024. O temor é que os tipos 3 e 4 do vírus elevem o risco à população, já que as variações podem fazer pessoas que já foram infectadas voltarem a ficar doentes.
Localizada estrategicamente às margens das principais rodovias de São Paulo, Campinas ainda é sede do aeroporto internacional de Viracopos e possui uma densa população. Segundo a Saúde, essa combinação de elementos, incluindo a localização geográfica e o perfil econômico, coloca a metrópole em estado de alerta quanto à possível reintrodução dos vírus tipos 3 e 4. Vale destacar que não há nenhum caso confirmado, outros municípios brasileiros já relataram a presença dessas infecções.
Atualmente, sete bairros estão com risco alto de transmissão, segundo um alerta da pasta municipal de Saúde publicado no começo deste mês. Veja aqui quais são.
Historicamente com maior circulação do sorotipo 1, a cidade teve a prevalência deste tipo do vírus nas epidemias anteriores, em 2014 e 2015, e continuou sob essa condição nos últimos anos. Por esse motivo, observa com cautela a situação de outros municípios, regiões e estados que registraram as outras variações. O receio é que uma maior parcela da população volte a ficar suscetível à doença.
Mas quais são os ‘fatores de risco’?
Um dos fatores de risco, apontados pela secretaria de Saúde, é o alto fluxo de pessoas, que pode fazer com que variações do vírus que circulam em outras regiões sejam trazidos para a cidade.
“As pessoas viajam, especialmente no feriado, Carnaval, final do ano e trazem com elas, muitas vezes, o sorotipo que está circulando em outro lugar”, explicou a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), Andrea Von Zuben.
Campinas detém uma população densa, com 1,1 milhão de habitantes, mas também tornou-se a “segunda casa” para milhares de moradores da Região Metropolitana, de outras cidades paulistas e até residentes de fora de São Paulo.
A cidade é cortada pelas principais rodovias do estado e é sede do Aeroporto Internacional de Viracopos, que deve fechar 2023 com a marca de 12,5 milhões de passageiros. Campinas ainda reúne universidades e empresas de ponta, além do CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais), polos de atração de profissionais e estudantes de todo país.
Outra característica de Campinas que preocupa a Saúde é o fato de ser considerada uma “cidade quente”. A recorrência das ondas de calor favorece a proliferação do mosquito.
“A situação climática agrava a situação. A mosquita [somente a fêmea do Aedes pode transmitir vírus de dengue] fica mais ativa, pica mais gente e bota mais ovos”, falou Andrea.
Por que preocupação?
O tipo 3 do vírus circulou pela última vez na cidade em 2009, e o tipo 4 foi registrado anteriormente em 2014. Crianças, adolescentes, além de adultos e idosos que não tiveram contato com a doença antes são considerados os grupos mais vulneráveis. Há risco de dengue grave quando uma pessoa é infectada por um tipo diferente ao anterior.
Orientações
Caso o morador tenha febre e mais dois sintomas associados (dor de cabeça, dor no corpo, náusea, vômito, manchas no corpo, dor articular, dor atrás dos olhos), ele deve procurar um centro de saúde de Campinas para receber atendimento médico. Por outro lado, se apresentar tontura, dor de barriga muito forte, vômitos repetidos, suor frio e sangramentos, a busca por auxílio deve ser feita em pronto-socorro ou em UPA.
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