O Teatro Bento Quirino, local onde as sessões da Câmara Municipal de Campinas estão sendo realizadas, teve a luz cortada pela empresa CPFL Energia na tarde desta segunda-feira (30).
De acordo com a assessoria de imprensa da Casa, o corte foi efetuado devido à falta de pagamento. Por conta disso, a sessão foi suspensa às 18h29.
As luzes foram desligadas por volta das 16h30, e o Legislativo salienta de que não foi avisado com antecedência. Além disso, a Casa afirma que o pagamento das contas não é uma responsabilidade da Câmara, pois está no local há menos de um mês.
Com uma sessão agendada para às 18h desta segunda, os vereadores ficaram aguardando na parte de fora do prédio. A assessoria afirmou que a situação é inédita.
Isso porquê não se pode dizer ainda que a sessão poderá ser realizada amanhã (31), uma vez que não foi publicada no Diário Oficial.
Em nota oficial, a Câmara de Campinas informou que “em decorrência da falta de energia elétrica no prédio do Teatro Bento Quirino a quinta reunião ordinária do ano foi suspensa. Os trabalhos de plenário serão retomados na próxima quarta-feira”, disse.
Por volta de 18h30 a energia voltou ao Teatro Bento Quirino. No entanto, seguindo o regimento interno, que dita um atraso de até 15 minutos, a sessão da Câmara precisou ser suspensa.
ANTES DO CORTE DE LUZ
De acordo com o presidente da Câmara, Zé Carlos (PSB), antes do corte de luz estava sendo realizada uma reunião de uma frente parlamentar que discutia o urbanismo da cidade.
Durante o encontro, apareceu uma equipe da CPFL Energia no Teatro Bento Quirino para o corte da luz. De acordo com o presidente da Casa, houve uma tentativa de diálogo, mas a energia foi cortada da mesma forma e a reunião foi finalizada no escuro.
Na sessão de hoje estava prevista a 1ª discussão o PL (Projeto de Lei) complementar que visa a isenção da tarifa de transporte público aos trabalhadores demitidos sem justa causa há, no mínimo, um mês.
OUTRO LADO
A Prefeitura de Campinas, que adquiriu o prédio em 2021, disse que “o corte de energia ocorrido na tarde de hoje foi realizado devido ao atraso de três contas que estavam em nome do proprietário anterior. Nenhuma das contas de titularidade da Prefeitura está em atraso. A Administração tomou conhecimento do fato somente após o ocorrido”, afirmou em nota.
Procurada, a CPFL informou que não comenta situações específicas de clientes.
MUDANÇA
A mudança das sessões do Legislativo de Campinas para o Teatro Bento Quirino ocorreu no dia 9 de maio.
A transferência ocorre enquanto durar a reforma no prédio da Câmara, localizado no bairro Ponte Preta, que sofreu atrasos e não tem prazo definido para conclusão.
A autorização para o uso do Teatro Bento Quirino para as sessões da Câmara foi proposta pela Mesa Diretora após a conclusão das obras de adequação do espaço. Os trabalhos foram executados pela secretaria de Serviços Públicos.
As intervenções nas instalações elétricas do prédio histórico, que tem 540 lugares, começaram no início de março e foram acordadas entre o presidente da Casa, Zé Carlos (PSB), e o prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos).
A transferência temporária das atividades dos vereadores serve para que o Legislativo volte a realizar sessões noturnas presenciais, algo que não ocorre desde o fim do ano passado, antes do início da reforma na Câmara (veja mais abaixo).
Procurada, a assessoria da presidência da Casa confirmou que a gestão se programa para definir como fará o transporte e os testes dos equipamentos e que a retomada presencial pode acontecer em até duas semanas.
O teatro e o ex-colégio Bento Quirino foram comprados por R$ 11,9 milhões pela Prefeitura em fevereiro, quando foi informada a intenção de usar o teatro para atividades de Educação e Cultura. Isso, porém, não tem prazo para ocorrer.
REFORMA NA CÂMARA
Iniciada em janeiro, a reforma na Câmara sofreu atraso devido à paralisação das obras no início de março. Em entrevista ao acidade on Campinas na ocasião, o presidente do Legislativo, Zé Carlos (PSB), falou em “entraves burocráticos”.
“Os nossos engenheiros e arquitetos não têm expertise pra fazer essas obras estruturantes. E cada vez que se descobre algo, surge um obstáculo. Então, a burocracia impera na Câmara. Mas nós estamos desenrolando”, alegou.
Zé Carlos também criticou o fato das obras não terem sido feitas em anos anteriores e, apesar de reconhecer que os trabalhos são importantes, descartou que houvesse risco de colapso, ou de danos irreversíveis na estrutura do prédio.
“Cada hora que você mexe aparece uma coisa diferente. Mas não é nada que coloque a vida das pessoas em risco, até porque o prédio está vazio, porque nós tiramos as pessoas de lá quando planejamos fazer essa obra”, pontuou ele.