O mês de maio deve começar com uma queda acentuada nas temperaturas a partir de quinta-feira (5) em Campinas, segundo o Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas Aplicadas à Agricultura), da Unicamp.
Conforme o meteorologista do Centro, Bruno Bainy, o declínio deve durar alguns dias e ser substituído por um período de ascensão, a exemplo das condições registradas durante e após o feriadão da Páscoa, em abril.
“Na quinta, o dia amanhece com temperaturas em torno de 10°C a 11°C. É o equivalente ao episódio do declínio na Páscoa: deve durar alguns dias, mas tem indicativos de que a temperatura volta a reagir”, diz.
Com isso, a semana seguinte, entre os dias 9 e 15, já deve ter temperaturas acima das médias históricas esperadas para o quinto mês do ano. Essa expectativa, inclusive, deve perdurar até julho, ainda segundo Bainy.
“A média de maio é mais baixa do que as de abril, março, fevereiro e janeiro. E é mais alta do que as de junho e julho. Então, quando digo que vai ficar acima, é porque vai superar o esperado para essas épocas”, disse.
O boletim detalha ainda que maio “seguirá com tendência de temperaturas acima da média” nos últimos 20 dias, assim como os próximos dois meses do ano, tipicamente mais frios, e prevê que as marcas serão superadas em até 0,4°C.
MÉDIAS HISTÓRICAS
A temperatura média mínima esperada para maio em Campinas é de 14,3°C, segundo o Cepagri. Já a média máxima é de 25,8°C, o que deixa a média total em 20°C.
Já em junho, a previsão é de média mínima de 12,9°C, média mensal de 19°C e máxima de 25,1°C. Em julho, por fim, as médias devem ficar em 12,4°C no índice mínimo, 18,9°C no mensal, e de 25,4°C no máximo.
A previsão é feita com base no perído histórico de 1991 a 2021 e indica ainda chuva de 62 milímetros em maio, com média de 4,7 dias acima de 1 mm. O problema é que a região vive um período de estiagem (veja mais abaixo).
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POUCA CHUVA
No relatório completo sobre as condições meteorológias do mês, o Cepagri alerta para a necessidade de consumo responsável da água das bacias que atendem a RMC (Região Metropolitana de Campinas) devido à escassez de chuvas.
“Sendo esse um período em que as chuvas são mais escassas, e tendo um primeiro quadrimestre de 2022 com chuvas abaixo da média, a perspectiva de pouca chuva para os próximos meses deve servir de alerta”, argumenta.
Na previsão com base nas médias históricas, além dos 62 mm de chuva em maio, o Centro espera ainda 45,4 milímetros ao longo de junho e 36,7 mm no mês de julho, com médias de 3,8 e 3,1 dias acima de 1 mm, respectivamente.
Para a síntese prognóstica sazonal, foram consultados os modelos de previsão climática do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), do Ecmwf (Centro Europeu de Previsão de Médio Prazo), e o prognóstico climático do Iri (Centro Internacional de Clima e Sociedade da Universidade de Columbia).
Abril teve 40,1 milímetros de chuva, volume 59,3% abaixo da média histórica, de 67,6 milímetros. Além disso, o mês deveria ter, em média, 5,7 dias com chuva acima de 1 milímetro, mas teve apenas um, com um temporal.
O QUE DIZ O PCJ
“No Sistema Cantareira, que é nossa grande reserva, a chuva está em 16% da média histórica. Os institutos de meteorologia indicam que maio, junho e julho terão chuvas abaixo da média histórica, o que indica uma estiagem severa”, diz.