Em uma tentativa de reduzir a dependência externa e impulsionar a produção nacional de veículos elétricos e híbridos, a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) desenvolverá um centro de excelência para explorar o potencial brasileiro na produção de células individuais de lítio e sódio, principais componentes das baterias utilizadas nesses tipos de veículos.
O pontapé inicial para a criação do CMB (Centro de Manufatura de Baterias) se deu após o projeto ter sido selecionado para receber R$ 9 milhões do programa Rota 2030, lançado em 2018 pelo governo federal com o objetivo de estabelecer uma política industrial para o setor automotivo, buscando tornar o Brasil mais competitivo nesse mercado em rápida evolução. A expectativa é que em dezembro deste ano o centro já entre em funcionamento.
Oportunidade de mercado
Oportunidade de mercado atualmente, a China é líder mundial na produção de baterias veiculares, dominando quase “todas as etapas da cadeia de fornecimento de baterias EV”, de acordo com um relatório de 2023 da AIE (Agência Internacional de Energia).
Segundo o coordenador geral do projeto, o físico Hudson Zanin, da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação, a criação do centro é, portanto, uma oportunidade do Brasil, que não produz comercialmente essas células, se destacar no mercado global de mobilidade elétrica.
“A ideia é aprender a fazer, obter o know-how para a produção de células individuais de baterias de lítio e sódio”, afirma Zanin.
Como as células de baterias para veículos elétricos são produzidas?
As baterias de carros elétricos são geralmente feitas com células de íon de lítio. Com o lítio na mão, empresas especializadas fazem o processamento do metal. Isso acontece em etapas.
Primeiro, o lítio é misturado a uma espécie de tinta que lhe dá o aspecto de uma folha de papel alumínio depois de passar por todas as fases. Depois, ele é prensado e passa por diversos rolos compressores de alta potência, algo como uma espécie de impressora gigantesca, que amassa, corta e ajusta o metal para que ele seja passado para frente.
Esse metal, por fim, é enrolado no formato de bobinas. No caso do centro da Unicamp, serão importadas da Itália máquinas de grande porte que permitirão a manufatura das células cilíndricas.
“Uma das máquinas pintará os eletrodos, outra irá compactá-los, outra cortará e enrolará e outra encapsulará tudo, para fechamento apropriado”, detalha Zanin.
Parceria com empresas e outros institutos de pesquisa
Ainda de acordo com Zanin, o CMB atuará como um centro multiusuário, com parcerias de empresas e outros institutos de pesquisa, como os da UFV (Universidade Federal de Viçosa) e a UFVJM (Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri).
Já as possíveis empresas parceiras que já manifestaram interesse pelo CMB, estão Bosch, Toyota, Volkswagen, Raízen, Merck, entre outras.
“Queremos ajudar as empresas que tenham interesse em fazer um investimento nessa área. Porque, além de ser muito caro montar uma fábrica, o empreendedor irá concorrer em um mercado extremamente agressivo, dominado pelos chineses”, diz.
O local também como um local para a manufatura e testes de validação e certificação da segurança das baterias, para uso tanto em veículos elétricos quanto em dispositivos eletrônicos como computadores e celulares.
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