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CotidianoUnicamp transformará em computadores aparelhos de TV box piratas apreendidos em Campinas

Unicamp transformará em computadores aparelhos de TV box piratas apreendidos em Campinas

Os tvs box, que captam de forma irregular o sinal de canais pagos de televisão, serão convertidos e adaptados pela universidade para serem utilizados como computadores

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A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) recebeu da Receita Federal de Campinas um lote de 200 aparelhos de TV box piratas apreendidos na cidade. Esses dispositivos, que captam de forma irregular o sinal de canais pagos de televisão, serão convertidos e adaptados pela universidade para serem utilizados como computadores.

Essa entrega faz parte de um acordo de cooperação firmado entre a Unicamp e a Receita Federal em 2019. Segundo informações da Receita, existem aproximadamente 15 mil aparelhos desse tipo apreendidos e disponíveis para serem encaminhados à universidade para serem modificados.

O superintendente adjunto da Receita Federal, Fabiano Coelho, explicou que esse convênio faz parte de uma nova abordagem do órgão, que agora busca retornar à sociedade os produtos confiscados por irregularidades ou ilegalidades, ao invés de destruí-los, como era feito anteriormente.

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Coelho também mencionou que situações semelhantes ocorrem com apreensões de roupas, calçados e outros itens relacionados à moda. “Embora grandes quantidades desses produtos sejam apreendidas, apenas uma pequena parte é destinada adequadamente”, disse. Ele afirmou que convênios semelhantes serão estabelecidos com a USP (Universidade de São Paulo) e com o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica).

VAI VIRAR COMPUTADOR

O professor Ricardo Dahab, do Instituto de Computação da Unicamp, explicou que os aparelhos doados pela Receita serão configurados de maneira diferente. Com portas USB, entrada para cartão, conexão HDMI e rede, esses dispositivos poderão ser transformados em computadores de mesa com a adição de um teclado, monitor e mouse. Os especialistas da universidade instalarão um novo tipo de software, como o Linux, ou modificarão o sistema operacional dos aparelhos para que possam funcionar como computadores de baixo custo.
 

“Além disso, os equipamentos podem ser adaptados para serem conectados a telas de TV de tela plana, transformando-as em smart TVs com acesso a redes sociais como Facebook e YouTube, além de diversos aplicativos. Outra possibilidade de utilização é o acesso à nuvem, permitindo que os aparelhos funcionem como dispositivos de alto desempenho”, afirmou.

 

 

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) recebeu da Receita Federal de Campinas um lote de 200 aparelhos de TV box piratas apreendidos na cidade. (Foto: Divulgação/Unicamp)

Dahab destacou que vários desses aparelhos interligados podem se tornar pequenos supercomputadores, ampliando ainda mais suas aplicações. Eles poderiam ser usados como sensores atmosféricos para medir a qualidade do ar ou para monitoramento e detecção de presença.

A Unicamp pretende submeter o uso desses aparelhos à votação dos estudantes. Uma ideia é realizar uma espécie de hackathon, onde os grupos de alunos competirão para desenvolver as aplicações mais adequadas e inovadoras para os dispositivos.

PARCERIA

O reitor da Unicamp, Antonio José de Almeida Meirelles, acredita que esse novo estágio do acordo com a Receita Federal oferece diversas possibilidades e poderá beneficiar estudantes carentes, impulsionar pesquisas em diversas áreas e promover programas de extensão e inclusão.

Segundo Coelho, o volume desse tipo de material a ser fornecido para a universidade poderia ser muito maior. “Neste momento, quero que sejam pelo menos 200 mil [aparelhos]”, disse ele.

Doações desde 2019

O convênio que permite à Receita doar o material apreendido à Unicamp foi assinado em 2019 e, desde então, várias ações conjuntas já foram desenvolvidas. Em maio daquele ano, por exemplo, o HC (Hospital de Clínicas) da Unicamp recebeu material doado pela Receita. Foram 70 itens apreendidos pela alfândega no aeroporto de Viracopos e em armazéns alfandegados da região. Em fevereiro de 2021, houve uma nova remessa de material apreendido para a Universidade. Nesse caso, foram doados um veículo, um drone e insumos hospitalares.

Neste ano, as instituições abriram negociações para a ampliação do acordo. Em março, o delegado da Receita em Viracopos, Camilo Pinheiro Cremonez, solicitou apoio da universidade no processo de desenvolvimento de tecnologias e protocolos para a identificação técnica de materiais.

Uma das áreas de cooperação seria a de análise e identificação de pedras preciosas, semipreciosas e rochas. Os profissionais da Unicamp também poderão contribuir com processos para a análise e a identificação de produtos químicos e de produtos de origem animal e vegetal, além da realização de análises de DNA.

O reitor da Unicamp disse que esse convênio com a Receita é muito promissor e que há a possibilidade de ser usado em outras áreas, além das de tecnologia. Meirelles avalia que o convênio pode ser usado até mesmo para o fortalecimento dos mecanismos de extensão da Universidade. “As possibilidades são enormes. Espero que essas ações de colaboração sejam aprofundadas. Queremos ampliar e estender essas parcerias. Nosso objetivo é buscar soluções que tragam benefício direto às pessoas”, afirmou o reitor.

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