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CotidianoUTI Neonatal: com interdição na Maternidade, Caism e PUC registram superlotação em Campinas

UTI Neonatal: com interdição na Maternidade, Caism e PUC registram superlotação em Campinas

Após fechamento de 50% dos leitos neonatais e duas mortes de bebês na Maternidade, hospitais atendem acima da capacidade em Campinas

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Fachada do Hospital Maternidade de Campinas (Foto: Reprodução/EPTV)
Fachada do Hospital Maternidade de Campinas (Foto: Reprodução/EPTV)

A interdição de 20 dos 40 leitos de UTI Neonatal da Maternidade de Campinas obrigou a secretaria de Saúde de Campinas a transferir as gestantes com risco de parto prematuro para o Caism (Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher) da Unicamp e para o Hospital PUC-Campinas. Os locais, no entanto, estão atualmente com os setores superlotados. A situação ocorre após a morte de dois bebês e um surto de diarreia na Maternidade – entenda abaixo.

Até o momento desta publicação, nenhum bebê foi transferido da unidade da Maternidade de Campinas. Com isso, eles continuam com 32 internados na UTI, mas tendo que cumprir o limite máximo de 20. Além disso, a maternidade afirma que nenhuma criança ficou desassistida, diz que o hospital passa por dificuldades financeiras e que a situação foi agravada durante a pandemia.

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Em nota, o Caism alega ter 14 leitos de UTI Neonatal disponíveis e 23 crianças internadas. A direção se colocou à disposição para ajudar, mesmo com a unidade para bebês prematuros em reforma e com número de leitos reduzido.

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“Recebemos três gestantes internadas naquele hospital e com possibilidade de nascimento de crianças prematuras. Uma delas já nasceu e está internada em nossa unidade. As outras duas gestantes estão internadas e em tratamento clínico e no momento sem indicação de interrupção prematura da gestação. Para recebê-las, procuramos postergar na medida do possível a internação de gestantes de nosso ambulatório de pré-natal de alto risco”, informou o hospital.

O Caism informou ainda que as crianças estão alojadas em ambiente do bloco operatório do hospital, o que compromete o atendimento de outras pacientes. “No período do feriado recebemos ainda solicitações de receber também recém- nascidos, porém não foi possível devido à superlotação”, completou em nota.

Já a PUC, que atualmente tem 16 leitos conveniados com o SUS, registra 18 pacientes. “Há gestantes de alto risco na enfermaria SUS e no centro obstétrico e o hospital está recebendo da região vaga zero e demanda espontânea”, disse. Segundo o local, a situação está sendo comunicada diariamente aos órgãos públicos competentes e à Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde.

TRANSFERÊNCIA IMEDIATA

A interdição na Maternidade, segundo o Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde), é causada pelo baixo número de profissionais para o atendimento dos bebês. O fechamento também ocorre após a morte de dois bebês acometidos por um surto de diarreia. A situação foi notificada no dia 10, seis dias antes do fechamento de metade dos leitos do espaço. Os óbitos serão investigados.

Com isso, a transferência de mulheres com risco de dar à luz de forma prematura, segundo a pasta de Saúde, serve para garantir que os bebês sejam internados nos leitos neonatais assim que os partos forem realizados. Por esse motivo, o presidente da Maternidade, Marcos Miele da Ponte, pediu para que as gestantes procurem atendimento especializado em outros lugares da cidade.

“As mães que precisarem de UTI enquanto durar a interdição, indicamos que procurem outros serviços. Continuamos fazem parto para gestantes sem risco, mas estamos restringindo internação para gestantes de alto risco”, afirmou.

Em meio à interdição, durante a manhã, a equipe de reportagem da EPTV Campinas registrou uma gestante de alto risco que teve a internação negada.

“Estava agendada hoje para induzir o parto, mas estava sem leito. Aí pediram para eu voltar no sábado. Fiquei frustrada, porque a gente estava bastante ansiosa. Lá dentro tá lotado. A médica disse que só hoje tem 18 partos agendados e não tem mais vaga. Meu parto por causa da hipertensão é de risco”, explicou a dona de casa, Taiana Maria da Silva, grávida de 39 semanas.

DÉFICIT E SURTO

A falta de profissionais na UTI da Maternidade, segundo o Devisa, já havia sido identificada desde o final do ano passado, inclusive com autos de notificação. Segundo o hospital, no momento da interdição da UTI Neonatal, a unidade funcionava acima da capacidade e havia 39 bebês internados na unidade. 

Em nota, a Maternidade de Campinas informou que a falta de médicos ocorre em meio à falta de profissionais no mercado e crise financeira enfrentada na unidade. Sobre o surto da doença que causou a morte de dois bebês, o hospital informou que a doença não teve relação com a falta de equipes e não houve ocorrências de novos casos nos pacientes do local desde semana passada.

Na Maternidade, 60% do movimento é da saúde pública e 40% da saúde suplementar. A unidade de saúde tem a maior UTI Neonatal da RMC (Região Metropolitana de Campinas) e atende recém-nascidos prematuros extremos, por ser considerada referência para atendimento de gestações de alto risco.

“A Maternidade sofreu, talvez pelo fato da superlotação, um surto de diarreia do dia 6 ao dia 9 desse mês. Então teve um caso de infecção generalizada, recém-nascidos foram contaminados na UCI, unidade de cuidados intermediários. Os casos mais graves desceram para a UTI, no total foram 18 casos, 10 desceram para a UTI, mas hoje o surto está controlado”, disse o presidente, Marcos Miele.

Questionada sobre a relação do surto com as mortes, a diretora do Devisa, Andrea von Zuben, afirmou que a causa da morte ainda está em investigação.

“A gente teve um surto de diarreia, com 17 bebês acometidos. São bebês que já têm alto risco, por isso que precisaram de UTI Neonatal ou de cuidados intermediários, e pode ser que esse surto de diarreia tenha ajudado a esse desfecho. Não dá para afirmar que tenha a ver com essa situação porque existe uma série investigações que já foram começadas, existe um comitê municipal de óbitos fetais, maternos e neonatais e isso ainda a gente não tem como afirmar. Mas teve muitas crianças envolvidas no surto de diarreia”, afirmou. 

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