Dois presidentes de bancos digitais foram presos durante a Operação “Concierge”, da Polícia Federal, realizada nesta quarta-feira (28). Na ação, que envolveu pelo menos 200 policiais federais, foram expedidos 60 mandados de busca e apreensão, e 17 de prisão. Dos mandados de prisão já cumpridos, 13 foram em Campinas.
Os bancos digitais dos responsáveis presos durante a ação policial operavam irregularmente e eram usados para ocultar dinheiro nas transações. Segundo as investigações, até facções criminosas se beneficiavam do esquema, que movimentou R$ 7,5 bilhões (entenda abaixo).
A operação foi realizada em 15 cidades, 14 no estado de São Paulo e um em Belo Horizonte (MG). Na região, além de Campinas, os mandados foram cumpridos em Americana, Valinhos e Paulínia.
Quem são os presidentes de bancos digitais presos na operação da PF?
Entre os presos da operação “Concierge” estão o presidente da T10 Bank, José Rodrigues, e também o fundador e CEO do InoveBanco, Patrick Burnet, que ainda é presidente do Lide Inovação. Burnett tem grande influência nas redes sociais.
As outras prisões aconteceram em Americana, Sorocaba, São Paulo e Ilhabela, no Litoral paulista. Os presos foram levados para a sede da Polícia Federal, em Campinas, e depois seguirão para a Superintendência da PF, na capital paulista.
Os 60 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços ligados aos investigados: as sedes dos bancos digitais, casas e apartamentos em bairros nobres, além de concessionárias de veículos. Alguns carros de luxo foram apreendidos e levados para a sede da PF em Campinas.
Entenda o esquema investigado pela Polícia Federal
De acordo com as investigações da Polícia Federal, os criminosos ofereciam contas clandestinas por meio da T10 Bank e a InoveBanco – dois bancos digitais, chamados fintechs, que não tinham autorização para funcionar como bancos digitais.
O grupo criminoso anunciava as contas como garantidas porque eram invisíveis ao sistema financeiro e blindadas contra ordens de bloqueio, penhora e rastreamento. As “contas bolsões” não tem conexão entre remetentes e destinatários e também não ligam os correntistas com os bancos.
Além das “contas bolsões”, a organização ainda usou máquinas de cartão de crédito em nome de empresas de fachada para lavar dinheiro e realizar pagamento de atos ilícitos de forma oculta.
A PF afirma que as fraudes movimentaram R$ 7,5 bilhões e beneficiaram facções criminosas, empresas com dívidas trabalhistas e outras irregularidades.
Outras determinações pela Justiça Federal
Além das prisões e apreensões, a Justiça Federal também determinou:
- Encerramento das atividades de 194 empresas utilizadas pela organização criminosa;
- Suspensão da inscrição de dois advogados junto à OAB (Ordem dos Advogados do Brasil);
- Suspensão do registro de quatro contadores e o bloqueio de R$ 850 milhões.
O que dizem os bancos?
Em nota enviada ao acidade on, os advogados do Inove Global Group afirmaram que ainda não tiveram acesso integral ao conteúdo da investigação. A empresa também nega veementemente ter relação com os fatos mencionados pelas autoridades policiais e veiculados pela imprensa, e ainda ressalta “total disposição em colaborar com as investigações”.
Por fim, a instituição afirma que é uma empresa de tecnologia ligada a meios de pagamento, e nega ser uma instituição financeira e um banco digital.
A equipe da EPTV também procurou o T10 Bank para ter uma posição sobre o caso, mas não houve retorno até o momento de publicação desta matéria. Assim que isso acontecer, o texto será atualizado.
*Com informações de Júnia Vasconcelos/EPTV Campinas
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