O homem de 63 anos, vítima de um ataque de um cachorro da raça pit bull, na tarde de ontem (11), em Campinas, falou sobre os momentos de terror. Levi Cardoso de Andrade teve parte da orelha arrancada pelo cachorro e sofreu ainda ferimentos em um dos pés após o ataque, que aconteceu no começo da tarde no Jardim São Marcos.
Machucado, o idoso foi levado para o hospital e teve alta hospitalar na noite de ontem. Em entrevista à EPTV Campinas, o pintor falou sobre seu estado de saúde.
“Está faltando um pedaço da orelha, pé cheio de ponto, ele (o cachorro) rasgou o tênis, tentou arrancar o pé. Levei vários pontos no pé e na orelha”, contou a vítima que revelou não conhecer o cachorro.
“Eu nunca tinha visto esse cachorro, lá é muro alto e tem portão, nem sabia dele. Estava indo buscar um gás com a vizinha, quando o homem abriu o portão e o cachorro estava solto, e ele (o dono) não avisou nada. Eu me defendi, estou aqui, mas se é uma criança tinha matado“, disse.
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Momento antes do ataque ao idoso, um homem passava com uma criança em um carrinho na mesma calçada (veja vídeo abaixo).
Ainda não há informações sobre investigação policial sobre o caso.
O ATAQUE
Imagens de câmera de segurança registraram os momentos do ataque e o pânico da vítima. Pela imagem é possível ver quando o cachorro sai de uma casa e ataca o homem às 12h19, na Rua Marconi Guglielmo. O idoso chega a cair no chão, e mesmo tentando, algumas pessoas que viram o ataque não conseguiam segurar o cachorro.
Nas imagens, é possível ver o homem chegando a ser arrastado pela perna. Pessoas tentam puxar o cachorro, que não para o ataque.
O TUTOR
Segundo vizinhos, o tutor do animal permite que o cachorro passeie pelas ruas do bairro sem guia ou focinheira. Em entrevista, o homem afirmou que o cachorro, que está com a família há dois anos é dócil, e alegou que acredita que o ataque aconteceu como tentativa de segurança.
“Eu comprei o cachorro para o meu filho, de 5 anos. Ele é um cachorro dócil, criado com criança desde que chegou, peguei não tinha nem 1 mês, tem convívio com pessoas, mas ele interpretou que o Levi estava atacando meu avô e veio para defender, foi um cão de guarda”, disse, afirmando que se colocou a disposição para ajudar a vítima.
“Já conversei com a irmã dele, com ele, estamos dispostos a dar apoio, pagar remédios”, afirmou.
ATAQUES NA REGIÃO
No começo deste mês, outro caso de ataque de cães da raça pit bulls chamou atenção na região. Dois cães soltos atacaram oito pessoas em Jaguariúna. Os ataques ocorreram durante a noite e a madrugada, segundo a Guarda Municipal que foi chamada para ajudar no caso.
No ataque de Jaguariúna, as vítimas foram moradores que saíam ou voltavam para o trabalho. Os cachorros só foram encontrados na manhã seguinte. Algumas das vítimas chegaram a precisar de atendimento médico e relataram os momentos de pânico. Os dois cães da raça pit bull que atacaram moradores foram recolhidos pela Guarda Municipal e o Centro de Zoonoses e o tutor dos animais foi preso.
Já no mês passado, um menino de 10 anos foi atacado por um pit bull em Nova Odessa, e teve a orelha arrancada. Davi Henrique Rodrigues Noli seguia foi atacado por um cachorro de um vizinho, e ficou 24 dias internados no HC (Hospital de Clínicas) da Unicamp. Ele recebeu alta hospitalar no último dia 30.
Por lei, cães de raças violentas só podem ser levados aos parques, praças ou vias públicas, onde ocorra a presença de crianças ou pessoas indefesas, com a utilização de coleira, guia curta de condução, enforcador e focinheira.
