O orçamento dos bancos brasileiros para tecnologia deve chegar a R$ 35,5 bilhões neste ano, número 18% maior que o aplicado em 2021. A estimativa consta da 2ª etapa da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2022, realizada pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) em parceria com a Deloitte e divulgada nesta quarta-feira, 25.
O número inclui despesas e investimentos, e foi calculado com base nos valores indicados pelos bancos participantes da amostra. O levantamento incluiu 17 instituições, que representam 82% dos ativos bancários do País. Temas como segurança cibernética, inteligência artificial e o open finance estão incluídos nos orçamentos.
No ano passado, os bancos aplicaram R$ 30,1 bilhões em tecnologia, sendo R$ 11,3 bilhões em investimentos, e R$ 18,8 bilhões em despesas.
Neste ano, o orçamento para softwares deve responder novamente pela maior parte do total, ou 58%, com R$ 17,4 bilhões. É nesta rubrica que estão incluídas as ferramentas que regem a relação com os clientes (os chamados CRMs) e frentes como o open finance.
As despesas com hardwares (equipamentos) devem responder por 27% do total, e os serviços de tecnologia da informação, por 7% do todo.
“Temos uma tecnologia bancária de ponta, inovadora, moderna, segura e acessível para que nossos clientes paguem suas contas, confiram suas finanças e toquem seus negócios pelos meios digitais e remotos”, diz o presidente da Febraban, Isaac Sidney. “Tudo isso é fruto de robustos e crescentes investimentos feitos pelos bancos brasileiros ao longo das últimas três décadas.”
Segundo o diretor do Comitê de Inovação e Tecnologia da entidade, Rodrigo Mulinari, os números previstos para este ano reforçam o compromisso dos bancos com o desenvolvimento de novas funcionalidades e canais de atendimento. “Algumas frentes têm impulsionado essa ampliação, como a implementação do Open Finance, a crescente digitalização do consumidor e também a modernização do legado tecnológico dos bancos”, afirma.
Ainda na frente de tecnologia, a pesquisa feita em parceria com a Deloitte aponta que as instituições investiram R$ 5,7 milhões em treinamentos de segurança cibernética, alta de 138% em relação a 2020. Foram, ao todo, 93,6 mil pessoas treinadas, mais que o triplo do contingente registrado um ano antes.
NOVOS MODELOS
A pesquisa revela ainda que 53% dos bancos esperam investir em estruturas para o trabalho remoto neste ano, o que inclui equipamentos, softwares e despesas com segurança da informação e armazenamento em nuvem. Ao todo, devem ser R$ 46,4 milhões em investimentos.
No ano passado, os bancos avançaram no trabalho remoto não apenas nas áreas administrativas, mas também nas agências. Em 82% das instituições consultadas, alguma forma de trabalho remoto para os funcionários das unidades foi adotada; 73% reduziram o horário de atendimento ao público, e 55% revezaram as equipes.
Neste ano, 45% dos bancos esperam manter modelos alternativos de trabalho, do remoto ao híbrido. “A oferta de trabalho no modelo virtual ou híbrido tem sido avaliada pelos bancos como uma forma de atrair e reter os melhores talentos em tecnologia”, comenta Sergio Biagini, sócio-líder de Financial Services Industries da Deloitte.
A pesquisa da Febraban passou a ser divulgada em três fases neste ano. A primeira, divulgada em abril, tratou dos investimentos prioritários dos bancos brasileiros em tecnologia neste ano. A terceira etapa, que deve ser publicada ainda no primeiro semestre, tratará das transações bancárias feitas pelos brasileiros em 2021.