Por Eduardo Laguna
Ao considerar ambígua a posição do Brasil em meio ao conflito no leste europeu, o ex-ministro Henrique Meirelles cobrou nesta quarta-feira do governo federal uma posição mais firme contra a invasão russa na Ucrânia. “O que o governo deveria fazer é se posicionar claramente contra a invasão. Esta é a posição a ser tomada junto com a comunidade internacional”, disse Meirelles num momento de um webinar da Brazilian-American Chamber of Commerce em que tratou do posicionamento do presidente da República, Jair Bolsonaro, em relação ao conflito
Após viagem do presidente à Rússia às vésperas do início da guerra com a Ucrânia, o Brasil votou na Assembleia-Geral das Nações Unidas pela condenação da ação militar russa, mas Bolsonaro prefere adotar uma posição de neutralidade.
Ao falar sobre as possíveis consequências da crise, Meirelles disse que, embora tenha preparado as suas reservas internacionais e estoques de materiais, a Rússia provavelmente passará por sérias dificuldades com as sanções financeiras que restringiram o acesso tanto do governo quanto de grandes empresas ao capital internacional.
“No curto prazo, Putin Vladimir Putin, presidente da Rússia preparou a Rússia para isso, aumentando as reservas e estocando materiais. O problema é que as consequências serão maiores para a Rússia, que é um grande país, mas não uma grande economia. Em termos econômicos, a Rússia é uma economia média, e está passando por uma situação muito difícil, que terá efeitos”, observou o ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do BC (Banco Central).