Uma eleitora que chegou após as 17h a um local de votação em Campinas na tarde deste domingo (2) foi impedida de entrar no prédio. A cena aconteceu logo após o horário determinado para o fim das eleições na Escola Estadual Professora Maria Julieta de Godói Cartezani, no bairro Vila Maria Eugênia.
Imagens feitas na unidade de ensino mostram a eleitora em frente aos portões semiabertos. Após ser informada por um dos funcionários de que não poderia votar, ela deixa a escola estadual e a entrada é completamente fechada. Ninguém mais foi visto depois disso e não houve confusão no entorno do local.
Assim como ocorreu em todo o Brasil, quem conseguiu entrar nos espaços de Campinas pouco antes do fim da votação recebeu uma senha para conseguir votar. Com isso, muitos locais registraram filas internas logo após o fim do horário. A situação aconteceu, por exemplo, na 33ª Zona Eleitoral da cidade.
O juiz responsável por essa zona, Caio Ventosa Chaves, confirmou o panorama às 17h31 deste domingo. Segundo ele, assim que todos os eleitores terminarem de votar, os dados das urnas serão levados para a sede do Cartório da 380ª Zona Eleitoral, que fica no Palácio da Justiça na região central do município.
“Aqueles que estavam dentro da escola, aguardando a oportunidade de votar, recebe uma senha e tem garantido esse direito. E depois que o último eleitor que recebeu senha, votar, os dados serão trazidos para envio para o Tribunal”, disse.
Questionado sobre quanto tempo iria levar para que todos os eleitores com senha votassem, o magistrado não soube determinar um prazo e voltou a citar o teste da biometria entre os motivos para o maior registro de filas nestas eleições.
“Não tenho essa informação. O que posso dizer: no período da manhã, o fluxo de eleitores foi maior e, por isso, em virtude do maior interesse que parece ter havido por parte dos eleitores, e também do emprego de biometria, e por último, os cinco cargos que são. Foi um conjunto de fatores que provocou um atraso e um acúmulo, que neste momento deve estar se dissipando”, explica.
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TESTE DE BIOMETRIA
Seções eleitorais, em todo o Estado de São Paulo, registraram atrasos nas votações deste primeiro turno das Eleições 2022, que ocorrem neste domingo. De acordo com Egle Prado, chefe de cartório de Campinas, isso aconteceu porque os mesários foram obrigados a tentar fazer a leitura biométrica do eleitor até quatro vezes, antes de liberá-lo para a votação sem essa identificação. Esse fato, somado à extensa votação, com diversos cargos a escolher, causaram as filas. Egle também afirma que o problema foi generalizado, acontecendo em várias cidades e regiões.
Egle aponta várias causas para essa falha na leitura biométrica ocorrer. “Às vezes a digital é mais fina, não é lida corretamente no terminal do mesário ou a imagem da coleta da digital do eleitor não ficou boa. Tem uma série de fatores que podem ocasionar. A urna acaba rejeitando a identificação desse eleitor, até como medida de segurança”, explica a chefe do cartório.
Sobre esse atraso, o diretor-geral do TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), Claucio Corrêa, falou que as eventuais filas estão dentro das expectativas. “A biometria não é um meio ágil de votar, é um meio seguro de votação. Ela serve para garantir que o eleitor que comparecer perante a mesa receptora de votos realmente é de fato quem diz ser. É este o objetivo da biometria: trazer mais segurança para o resultado das eleições”, afirmou Côrrea.
Quando a biometria não funcionava, era feita uma pergunta de um dado pessoal ao eleitor ou eleitora para liberar a urna para votação. Além disso, todos precisaram apresentar um documento pessoal com foto para votar.
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