O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicou uma nota conjunta com ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB) sobre os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips no Vale do Javari. Pré-candidato à Presidência da República e a vice-presidente na chapa da petista, respectivamente, os dois disseram que a notícia da morte causa “dor e indignação”.
“O mundo sabe que este crime está diretamente relacionado ao desmonte das políticas públicas de proteção aos povos indígenas”, escreveram Lula e Alckmin, em nota, em crítica ao governo do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).
A Polícia Federal afirmou na quarta-feira (15) que Dom Phillips e Bruno Pereira foram assassinados no Vale do Javari. A confirmação veio após Amarildo Oliveira, conhecido como “Pelado”, preso por suspeita de participação no desaparecimento, confessar envolvimento no crime.
O superintendente regional da PF, Eduardo Alexandre Fontes, afirmou em coletiva de imprensa que os investigadores levaram Pelado e Oseney da Costa de Oliveira, também suspeito de envolvimento no crime, para a área de buscas no rio Itaquaí, onde foram encontrados partes de corpos, classificados pela investigação como “remanescentes humanos”.
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BOLSONARO SE MANIFESTA
O presidente da República, Jair Bolsonaro, se manifestou nesta quinta-feira (16) no Twitter, pela primeira vez, sobre a confirmação dos assassinatos do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira na Amazônia. “Nossos sentimentos aos familiares e que Deus conforte o coração de todos!”, escreveu o presidente.
A postagem, no entanto, foi feita em resposta à nota de pesar emitida pela Funai sobre as mortes – não se trata, portanto, de uma publicação à parte na rede social.
Mais cedo, já com o crime confirmado, Bolsonaro chegou a anunciar no Twitter redução de imposto de importação de vídeo game.
Na quarta-feira, antes de a Polícia Federal dizer que o até então principal suspeito pelos assassinatos confessou o ato, o presidente declarou em entrevista que, se os dois tivessem sido mortos, estariam embaixo da água.
“Peixe come. Não sei se tem piranha”, afirmou Bolsonaro em entrevista a um canal no YouTube.
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