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vacinasCampinas descarta chance de troca de vacina de gripe pela covid-19 após erros em cidades de SP

Campinas descarta chance de troca de vacina de gripe pela covid-19 após erros em cidades de SP

Segundo a diretora, não há chance de troca de vacinas e nem envio ao local errado já que a vacinação contra o coronavírus em Campinas ocorre em local diferente dos pontos da vacinação contra a gripe

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Andrea von Zuben na coletiva da tarde desta sexta-feira. (Foto: Divulgação/Prefeitura de Campinas)

Após os erros que culminaram na vacinação de crianças e mulheres grávidas com a vacina da covid-19 em vez do imunizante da gripe em cidades do estado, Campinas deixou claro hoje (16) que não tem como ocorrer o mesmo engano no município. O esclarecimento foi dado pela diretora do Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde), Andrea von Zuben, durante live sobre as medidas de combate a covid-19.

Segundo a diretora, não há chance de troca de vacinas e nem envio ao local errado já que a vacinação contra o coronavírus em Campinas ocorre em local diferente dos pontos da vacinação contra a gripe.

“Não tem risco de acontecer essa troca. Em Campinas são cinco locais da vacinação de covid-19. Já a vacinação contra a gripe ocorre nos postos de saúde espalhados pela cidade. São pontos diferentes”, afirmou. 
 
Em Campinas a vacinação contra a covid-19 acontece nesse cinco pontos: CVI – Centro de Vivência do Idoso na Lagoa do Taquaral, Escola CAIC Zeferino Vaz, Círculo Militar de Campinas, Casa da Criança Paralítica e Centro de Imunização Noroeste. Todos com agendamento e hora marcada. Já, a vacinação contra a gripe ocorre nos centros de saúde e não é necessário fazer agendamento.

OUTRAS CIDADES 

COM FOLHAPRESS – Ao menos 51 pessoas, entre elas 33 crianças, com idades entre sete meses e quatro anos, foram vacinadas por engano contra a covid-19, nessa semana em duas cidades do estado.

Na quarta-feira (14), na UBS (Unidade Básica de Saúde) de Diadema (ABC), foram cinco crianças vacinadas. Também na quarta, outras 46 pessoas foram vacinadas por engano em Itirapina, sendo que

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Em Itirapina o problema foi causado devido a um envio errado de frascos da Coronavac, para um local em que estava sendo realizada a campanha de vacinação contra gripe.  

O problema foi detectado pela própria prefeitura, que informou ter aberto investigação para a apuração de responsabilidades. Foram imunizados erroneamente na terça-feira (13) 18 adultos, entre elas a gestante, e 28 crianças, no posto de vacinação montado na escola municipal José Cruz.  

A falta das 46 doses da Coronavac foi percebida durante o controle do estoque das vacinas e, de acordo com a prefeitura, imediatamente verificou-se a possibilidade de que o erro pudesse ter sido cometido por uma técnica de enfermagem ao fazer a separação da caixa com os frascos da vacina.  

Após detectar o erro, a Secretaria da Saúde de Itirapina procurou pessoalmente as famílias dos 46 vacinados para informar sobre o engano. A Vigilância Epidemiológica de Piracicaba foi informada sobre o episódio e também sobre quais medidas deveriam ser tomadas pela administração em relação ao caso. Até o momento, nenhuma anormalidade foi detectada, de acordo com a administração. 

As pessoas que deveriam receber a vacina da gripe (influenza), mas que receberam a Coronavac, serão acompanhadas por 14 dias por uma equipe médica.

NO ABC

Já no ABC foram cinco crianças imunizadas com vacinas contra a covid-19. O erro foi identificado posteriormente pela Secretaria Municipal da Saúde, relatando-o aos responsáveis pelos menores no mesmo dia. Funcionárias da unidade de saúde foram afastadas enquanto o caso é apurado. As crianças serão monitoradas por um mês e meio. 

Parentes das crianças do ABC acreditavam que elas estavam sendo imunizadas contra a gripe, cuja campanha de vacinação começou na segunda-feira (12).  

O auxiliar de mecânico Agnaldo Ribeiro da Silva, 49 anos, levou o filho de 4 anos à UBS Jardim das Nações, no bairro Taboão, por volta das 8h30 de quarta-feira. No local, a criança foi vacinada e, em sua carteirinha, anexado um adesivo referente à um imunizante contra a influenza.  

“Depois disso, deixei meu filho com uma cuidadora, pois precisava trabalhar. Por volta das 17h, quando já tinha voltado do serviço, vieram [à casa dele] três funcionários falando que tinha dado a dose errada para o meu filho e pediram para ir com eles para UBS”, relembra o auxiliar.  

Ele acrescentou que seu filho chegou a vomitar e também ficou sonolento após receber a Coronavac, imunizante fabricado pelo Butantã em parceria com chinesa Sinovac, que na bula indica a aplicação somente em pessoas maiores de 18 anos. O instituto afirmou à reportagem, nesta sexta-feira (16), que nem estudos clínicos, de fase 3 com aplicação da vacina em humanos estão sendo feitos em crianças no momento.  

Silva disse que de volta à UBS, o adesivo referente à dose da gripe foi retirado da carteirinha da criança. Profissionais da saúde também afirmaram ao homem que a situação de seu filho seria monitorada, para qualquer eventual problema por causa da Coronavac.  

“É um absurdo isso acontecer e, ainda mais, com cinco crianças em horários diferentes. Toda nossa família está abalada, porque um erro assim é uma coisa muito grave. Desde este dia não consigo mais ir trabalhar, com medo de que alguma coisa possa acontecer com o meu menino”, afirmou o auxiliar.  

Quando ele concedeu entrevista à reportagem, por volta das 12h20 desta sexta, Silva afirmou que o filho estava melhor e não apresentava nenhum sintoma adverso decorrente da vacina.  

No dia seguinte ao erro da UBS, acrescentou o pai, ele foi ao 3º DP de Diadema, onde registrou um boletim de ocorrência, não criminal, de “perigo para a vida ou saúde de outrem.”  

Os pais de outras duas crianças, de sete meses e de quatro anos, também registraram na mesma delegacia a denúncia sobre a aplicação do imunizante errado.  

“Chance de dar problema é pequena”, afirma infectologista pediátrico Marcio Nehab, infectologista pediátrico do Instituto Fernandes Figueira, da Fiocruz, classificou como “gravíssimo” o erro da unidade de saúde do ABC, mas também acrescentou que a chance da aplicação da vacina “dar problema, é muito pequena”, com base na literatura médica sobre o assunto.  

“Agora, é grave a aplicação da vacina errada em criança. Precisam [Prefeitura de Diadema] investigar isso para entender o que aconteceu. Do ponto de vista clínico, é um absurdo.”  

O médico, também integrante da Sociedade Brasileira de Infectologia, disse ainda que não pode afirmar com certeza nada sobre eventuais efeitos colaterais da Coronavac em crianças, pois os estudos do imunizante neste perfil de público ainda estão em desenvolvimento, da mesma forma que em adultos.  

“Mas eu não creio que vai dar grandes problemas, quando começar a vacinar crianças. Mas, antes disso, os estudos precisam indicar quando e como as doses devem ser aplicadas.”  

OUTRO LADO
 
A Prefeitura de Diadema, gestão José Filippi Júnior (PT), afirmou ter afastado funcionárias “envolvidas no ocorrido”, sem especificar quantas, além de “condenar veementemente” a aplicação errada da Coronavac nas cinco crianças, o que foi “um caso isolado” e que serve para a “ampliação dos cuidados” para a administração de imunizantes na cidade.  

“Já está sendo aberto um processo administrativo para apuração dos fatos e das responsabilidades dos envolvidos, para adoção das medidas cabíveis em relação ao ocorrido”, diz trecho de nota.  

Assim que identificou o erro, a Secretaria Municipal da Saúde convocou os pais das crianças para esclarecer a situação e dar orientações, como a de que os menores serão acompanhados por 42 dias por ruma médica exclusivamente escalada para isso.  

“A Secretaria de Saúde preza pela segurança e lisura das Campanhas de Vacinação e tranquiliza os pais sobre o processo realizado nas 20 UBSs do município e que segue as diretrizes da Vigilância à Saúde e Atenção Básica. A vacinação Covid-19 e a vacinação de Influenza estão sendo feitas em salas separadas para que não haja cruzamento de fluxo dos pacientes adultos com crianças”, acrescentou a pasta.

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Luciana Félix
Luciana Félixhttps://www.acidadeon.com/campinas/
Supervisora de conteúdo digital do acidade on e do Tudo EP. Entrou no Grupo EP em 2017 como repórter do acidade on Campinas, onde também foi editora da praça. Antes atuou como repórter e editora do jornal Correio Popular e do site do Grupo RAC. Também atuou como repórter da Revista Veja, em São Paulo.
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