Desde que a imunização contra a covid-19 teve início, milhares de brasileiros já receberam pelo menos a primeira dose da vacina. Em Campinas, por exemplo, já são 233.063 vacinas aplicadas, sendo 152.401 primeiras doses, e 80.662 segundas doses.
Apesar disso, o Ministério da Saúde informou que cerca de 1,5 milhão de brasileiros não voltaram aos postos de saúde de seus municípios para receberem a segunda dose, e informou que pretende reforçar as campanhas para que todos completem o esquema vacinal.
Mesmo com a sensação de proteção, a infectologista da Unicamp e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia Raquel Stucchi alerta que a aplicação de apenas uma dose é inútil para o processo de imunização.
“O risco para quem não faz a segunda dose é que foi absolutamente inútil ter tomado a primeira. Só uma dose das vacinas que temos atualmente no Brasil não dão proteção contra a covid-19. A proteção contra a doença acontece duas semanas após a aplicação da segunda dose, sendo que as duas devem ser do mesmo fabricante”, destaca.
As aplicações devem respeitar um intervalo, que varia de acordo com o imunizante aplicado. No caso da Coronavac, da Sinovac e Instituto Butantan, o tempo entre a primeira e a segunda dose é de 14 a 28 dias. Já na AZD1222, de AstraZeneca, Universidade de Oxford e Fundação Oswaldo Cruz, o período de espera é de três meses.
Raquel explica que o correto é a aplicação seja dentro do prazo informado na carteirinha de vacina. “Uma dose só confere uma proteção duas semanas após a aplicação, mas é uma proteção muito pequena e que dura muito pouco tempo. Então todos precisam sim tomar a segunda dose da vacina. Se a pessoa não tomar a vacina no prazo determinado, ela deve, assim que a vacina estiver disponível, ir ao local da vacinação para receber a segunda dose”, ressalta.
Ainda segundo a infectologista, caso o intervalo não seja respeitado, não é necessário recomeçar a imunização, pois, de acordo com ela, a primeira dose ainda é válida.