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CotidianoEscola de Piracicaba é premiada em concurso com projeto que explora os tons de pele dos alunos

Escola de Piracicaba é premiada em concurso com projeto que explora os tons de pele dos alunos

Professora responsável pelo trabalho reforça a representatividade das crianças por meio de bonecos semelhantes a eles mesmos

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Pare e pense: qual é a cor do lápis cor de pele? Os alunos da Escola Municipal Joaquim Carlos Alexandrino de Souza, em Piracicaba, perceberam que essa resposta pode depender da pessoa e até do lugar em que ela vive.

A partir dessa concepção, a professora Ana Lydia Costa Gouveia desenvolveu o projeto “Mala da Diversidade: A construção da identidade ética e o respeito às diferenças”, em que os alunos decoraram bonecos feitos de EVA como se fossem representações deles mesmos. A iniciativa, que entrou no cotidiano de aulas das crianças e reforça o combate ao racismo estrutural, venceu o concurso “Diálogos na Educação”, promovido pelo Instituto EP.

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O tema desta edição é “Ser e pertencer no ambiente escolar” e durante a manhã desta quinta-feira (23) foram abordadas diversas palestras e rodas de conversas com especialistas de diferentes áreas, inclusive com a escritora, filósofa e ativista social Djamila Ribeiro.

“A gente precisa falar sobre racismo em sala de aula. A questão é como podemos trabalhar para fazer com que esses alunos que vêm de grupos socialmente discriminados possam se sentir pertencentes ao ambiente escolar e como aqueles que não são de grupos socialmente discriminados compreendam que as diferenças não são ruins. Por isso, iniciativas como as vistas aqui hoje são tão importantes”, disse.

Como o projeto começou na escola municipal de Piracicaba?

Tudo começou quando um aluno do 3º ano de 2023 pediu para Ana Lydia um lápis “cor de pele” emprestado. Antes de emprestar o lápis salmão, ela brincou com a criança: “Qual cor de pele?”. A interação foi a semente da ideia do projeto.

No dia seguinte, Ana Lydia levou para os alunos uma caixa de lápis de cor com diversos tons de pele e começou a trabalhar a questão com as crianças. Cada uma escolhia qual lápis representava melhor a cor de sua própria pele.

“Eu lembro que, na época, comprei vários tons de EVA e a gente chegou mais ou menos na semelhança do lápis. E aí, eu montei bonequinhos ‘vazadinhos’, coloquei no quadro e a gente foi identificando. Eles vinham no quadro e falavam onde que eles se reconheciam, e os colegas falavam se era aquilo mesmo, como que eles viam o amigo que estava ali localizado”, explicou a professora.

Com o “mapeamento” feito, Ana Lydia convidou as crianças para decorar os bonecos como se fossem representações delas mesmas. Assim, a turma de 35 alunos dobrou de tamanho: agora, os brinquedos de EVA também faziam parte do cotidiano, dentro e fora da escola também.

Valorização da diversidade

Bonecos do projeto feito pelos alunos (Foto: Arquivo pessoal/Ana Lydia Costa Gouveia)

Cada um deles também ganhou uma mala e um diário de bordo. É que da sala de aula, as crianças foram para a biblioteca, procurar livros de literatura que tivessem protagonistas negros ou que tivessem sido escritos por autores negros. Encontraram poucas obras do tipo na prateleira.

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“É muito mais fácil você encontrar o branco como protagonista. Então, os livros que a gente achava eles levavam para casa, debatiam com a família, conversavam. E nisso a gente foi conversando sobre respeito, sobre bullying, como que a gente pode se tornar antirracista, sobre as nossas posturas em sala e sobre aquilo que a gente pensa”, detalha Ana Lydia.

Expansão pela escola

Do 3º ano de 2023, o projeto migrou para a o 2º ano do Ensino Fundamental I deste ano, que é a turma da professora neste ano. Como a classe é menor, Ana Lydia resolveu mudar um pouco a estratégia: os bonequinhos, agora, são de papel e ficam na capa do diário de bordo, com roupinhas feitas pelas crianças.

E a missão deste ano é um pouco diferente também. “Estamos fazendo um resgate de toda herança africana que a gente tem no nosso dia a dia, e que às vezes a gente nem pensa que é herança africana, a gente não valoriza isso”, disse.

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