ESCREVER É REESCREVER
Os resultados das provas vestibulares começam a sair e uma das capacitações cobradas dos candidatos a qualquer vaga é o domínio do escrever. Leitores, vejam como é complexa esta tarefa, a de escrever, em uma hora de relógio, uma dissertação de 30 linhas, discutindo, por exemplo, o tema “refugiados ambientais e vulnerabilidade social”, que caiu na Fuvest deste ano.
Acrescentemos um probleminha a mais: além dessa tarefa, os candidatos têm que dar conta de responder, por escrito, dezenas de questões.
Posso ser sincerão? O parágrafo anterior tem 80 palavras. Nem precisam recontar porque já fiz este trabalho, leitores, contei e recontei. Eu devo ter escrito e deletado umas 300 palavras para o parágrafo ter ficado como está, bonitinho e penteadinho.
Se vocês, leitores, já escreveram algum texto maior que “oi, tudo bem?”em mensagem de aplicativos, sabem que é uma batalha colocar no papel, em um momento tenso e nervoso, o que um candidato de tenra idade tem a dizer sobre os dramas de “refugiados ambientais”.
Ainda ontem, em reunião pedagógica, eu lembrava a professoras, que cronistas, redatores, copywriters, roteiristas, jornalistas, advogados, enfim, que quem escreve, mais deleta do que dá enter em seus textos. Loyola Brandão, renomado escritor sempre presente nas feiras de livros daqui e do Brasil afora, tem uma frase que amo repetir: ESCREVER É REESCREVER.
Agora, leitores, acompanhem os novinhos em dia de prova de Redação. O papel está em branco, esperando que as linhas sejam preenchidas, o tema é sempre desafiador e a galerinha tem que escrever rapidão uma dissertação para tirar um notão. Até rimou, mas se os candidatos não estiverem preparados, esqueçam!
E aqui vai um recado para os candidatos deste e dos próximos anos: ninguém escreve a redação ali, no dia da prova. Ali eles só mostram se houve preparação ou não durante os anos anteriores. Preparar-se é fazer da leitura de bons articulistas um hábito, é fazer do treino constante de redação um aliado.
Por isso, tomo a liberdade de, em nome do candidato Enrico Cadamori, homenagear todos os candidatos que conseguiram sua aprovação. Desde os 12 anos, ainda no Ensino Fundamental, o futuro psiquiatra dr. Cadamori já treinava redações com frequência. E sua aprovação, neste final de semana, aos 17 anos, no término do Ensino Médio, passando direto na MED/USP/Ribeirão, é fruto de seu foco e determinação. Os professores e professoras do futuro psiquiatra sabem da sua garra, do seu empenho e do seu treino constante.
Por falar em professores e professoras, parabéns a todos vocês, que incentivam a galerinha a manterem o foco e a determinação em priorizar os estudos.
