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CotidianocolunistasO Vilão da Vez: a independência e a autonomia do Banco Central

O Vilão da Vez: a independência e a autonomia do Banco Central

É uma acusação séria para a economia como um todo, pois grande parte da capacidade do banco de controlar a inflação advém da credibilidade da instituição

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Eliseu Hernandez, Analista de Risco e Crédito da Oby Capital (Foto: acidade on)
Eliseu Hernandez, Analista de Risco e Crédito da Oby Capital (Foto: acidade on)

De tempos em tempos, políticos costumam procurar culpados de fora de seus governos que são responsáveis pela inflação, pelo fraco desempenho da economia, pela desancoragem fiscal, pelos juros altos e outros inúmeros problemas que surgem. 

No Brasil já culparam até o tomate pela alta dos preços. Acontece que na complexidade das interligações no arranjo econômico, político, institucional que nossa sociedade se baseia, não existe apenas um fator responsável, mas sim vários que impactam de maneira não trivial e trazem consequências inesperadas.

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Dessa vez, é a independência e autonomia do Banco Central (Bacen) que está sendo acusada de manter taxas juros altas e com isso reduzir o crescimento econômico. É uma acusação séria para a economia como um todo, pois grande parte da capacidade do banco de controlar a inflação advém da credibilidade da instituição que é colocada em xeque quando ocorre interferência política. Ao perder essa credibilidade, os agentes econômicos (pessoas e empresas) começam ter expectativas de que haverá mais inflação no futuro.
 

As expectativas de inflação no futuro têm um impacto significativo sobre a inflação de hoje. Quando as pessoas esperam que os preços aumentem no futuro, elas tendem a ajustar suas ações para compensar essa expectativa, o que, por sua vez, pode aumentar a inflação no presente.

Por exemplo, se as pessoas esperam que os preços dos alimentos aumentem no futuro, elas podem comprar mais alimentos agora, o que pode aumentar a demanda e, consequentemente, os preços. Ou seja, ocorre inflação simplesmente porque esperamos que terá mais inflação.

Lembrando que, atualmente, a CMN (Conselho Monetário Nacional) estabelece o regime de metas de inflação para o Bacen. Esse regime consiste em definir uma taxa de inflação alvo em um período específico e implementar políticas monetárias necessárias para atingir essa meta. 

O sistema de meta de inflação permite ao Banco Central garantir a estabilidade de preços e promover a estabilidade econômica. É um regime amplamente adotado mundialmente por sua eficiência no combate à alta dos preços hoje e na ancoragem das expectativas.

A independência e autonomia da autoridade monetária é crucial para garantir que a meta seja perseguida e traga estabilidade econômica de uma nação.

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A autarquia federal é responsável pela implementação da política monetária, que tem como objetivo principal manter a estabilidade de preços e controlar a oferta de moeda no mercado.

Para que o Banco Central possa cumprir suas funções de forma eficiente, é fundamental que ele tenha autonomia em suas decisões e que suas ações não sejam influenciadas por interesses políticos ou econômicos.

A independência do Bacen permite que ele tome decisões técnicas e imparciais, baseadas em dados econômicos e financeiros, sem ser influenciado por pressões políticas ou grupos de interesses. Isso garante sua credibilidade e a confiança dos mercados financeiros em suas ações.

Além disso, a liberdade de atuação do Banco Central permite que ele mantenha a estabilidade da moeda, evitando flutuações excessivas e preservando o poder de compra dos cidadãos.

A autonomia do Banco Central também é importante para a implementação de políticas monetárias eficientes. Sem autonomia, o Banco Central pode ser obrigado ou coagido a atuar de acordo com as diretrizes políticas do governo vigente, o que pode resultar em decisões econômicas pouco adequadas ou catastróficas.

Além disso, a autonomia da autoridade monetária permite que ele responda rapidamente às mudanças nas condições econômicas, o que é fundamental para garantir a estabilidade da economia.

O patamar de juros atuais é consequência de uma série de fatores como pandemia, quebra nas cadeias de suprimento, gastos do governo, guerra da Ucrânia, alta do preço do petróleo e de outras commodities, entre vários outros fatores que levaram a uma escalada nos preços de maneira global.

A autoridade monetária apenas utilizou o principal instrumento a seu dispor para o controle inflacionário que é a taxa de juros, elevando para 13,75%. Decisão essa tomada de maneira imparcial e técnica, com o objetivo de manter o controle dos preços. 

Só foi possível devido a independência e autonomia do Bacen que trazem confiança aos agentes econômicos de que a inflação não irá sair do controle.
 

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