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Quero sugerir a leitura de um dos premiados livros brasileiros

A narrativa enfoca a família de duas meninas, Bibiana e Belonísia, que se tornarão, com o passar do enredo, mulheres fortes e guerreiras

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O escritor e professor Luiz Puntel (Foto: arquivo)
O escritor e professor Luiz Puntel (Foto: arquivo)

 TORTO ARADO

Leitores, quero sugerir a leitura de um dos premiados livros brasileiros, o Torto Arado, de Itamar Vieira Júnior, vencedor do prêmio Jabuti de 2022. Já no título do livro, a poesia! Sim, há a transgressão da ordem direta “arado torto” para a anteposição do adjetivo “torto”. E sabe de onde, leitores, o autor Itamar Vieira Júnior tirou esse título, leitores? Justamente de uma poesia, uma das liras de Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga.

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A narrativa do premiado romance do baiano Itamar Vieira Jr se passa em um dos lugares mais lindos do Brasil e também um dos mais pobres, a espaçosa região da Chapada Diamantina, na Bahia. Lá, famílias de negros quilombolas “vivem de morada” na Fazenda Água Negra, ou seja, são autorizados a viver ali, embora não possam construir casas de tijolo, e ganham como paga apenas o que plantam no seu roçado, o que configura trabalho escravo.

A narrativa enfoca a família de duas meninas, Bibiana e Belonísia, que se tornarão, com o passar do enredo, mulheres fortes e guerreiras. Sem dar spoiler, o que até outro dia era conhecido pelo vernáculo “desmancha-prazeres”, já no primeiro capítulo temos uma cena que permeará o enredo, a presença da faca afiada, que, por uma brincadeira de crianças, decepa a limpa de Belonísia e fere profundamente a da irmã Bibiana.  Haverá ainda no transcorrer da história, a luta pela posse da terra, o misticismo religioso do jarê, que é uma matriz religiosa de origem africana, própria da Chapada Diamantina.

Dividido em três partes, a primeira delas, FIO DE CORTE, é narrada por Bibiana; a segunda, TORTO ARADO, narrada por Belonísia, e a última, RIO DE SANGUE, narrada por uma entidade espiritual do jarê, um ente “encantado”, que narra a saga daquele povo, oriundo de outra escravidão, a dos portugueses e suas sesmarias.

Ler TORTO ARADO é se debruçar sobre o Brasil profundo, um Brasil que, segundo alguns, é habitado por negro que “não fazem nada” para sair de sua miséria. Torto Arado demonstra que, na verdade, o sistema agrário não deixa que façam a sua libertação da escravidão moderna, a falta de oportunidades e do amparo estatal. Bora ler?

 

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